Uma das questões chaves da contemporaneidade é o deslocamento das identidades culturais de classe, étnicas, sexuais e nacionais. Na verdade trata-se de um deslocamento ou descentração da experiência coletiva e crise do “sujeito” moderno frente a fragmentação caótica do individuo na sociedade pós industrial. Se por um lado tal fenômeno gera instabilidades e incertezas diversas, novas modalidades de expressão e experiências culturais, também fomenta os particularismos e fundamentalismos identitários mais diversos.
Um livro que muito bem nos introduz a esse delicado debate é A Identidade Cultural na Pos Modernidade do sociólogo britânico Stuard Hall .
Em linhas gerais, como expõe o próprio autor ao apresentar a questão:
Um livro que muito bem nos introduz a esse delicado debate é A Identidade Cultural na Pos Modernidade do sociólogo britânico Stuard Hall .
Em linhas gerais, como expõe o próprio autor ao apresentar a questão:
“ A questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. Em essência, o argumento é o seguinte: as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o individuo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. A assim chamada “ crise de identidade” é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social."
(Stuart Hall. A Identidade na Pos Modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes. 9º ed. RJ: DP&A, 2004.)
Em outro momento, falando especificamente do caso britanico:
“ Num mundo de fronteiras dissolvidas e de continuidades rompidas, as velhas certezas e hierarquias da identidade britânica têm sido postas em questão. Num pais que é agora um repositório de culturas africanas e asiáticas, o sentimento do que significa ser britânico nunca mais pode ter a mesma velha confiança e certeza. O que significa ser europeu, num continente colorido não apenas pelas culturas de suas antigas colônias, mas também pelas culturas americanas e agora pelas japonesas?
A categoria de identidade não é, ela própria, problemática? É possível, de algum modo, em tempos globais, ter-se um sentimento de identidade coerente e integral? A continuidade e a historicidade da identidade são questionadas pela imediatez e pela intensidade das confrontações culturais globais. Os confortos da Tradição são fundamentalmente desafiados pelo imperativo de se forjar uma nova auto interpretação, baseada nas responsabilidades da Tradução cultura.”
( idem, p. 84)
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