A imagem da preceptora como personagem literária me foi apresentada pelo ensaio de Maria Conceição Monteiro intitulado Sombra Errante: A preceptora na narrativa inglesa do séc. XIX. Parafraseando a autora no prólogo da obra, talvez, um dos atores sociais mais recorrentemente representados na literatura inglesa do séc. XIX, tenha sido a prepecptora. Podemos encontrá-la no da narrativa de alguns dos principais escritores do período, desde Charllote Brontë a Thackeray.
Se por um lado lhe são atribuídas como principais estereótipos a passividade e o isolamento, por outro, no contexto da sociedade e cultura vitorianas, sua presença é fonte de conflitos entre as dimensões sexual e moral femininas.
Em outras palavras, se sua função é perpetuar os valores vitorianos ela, ao mesmo tempo, a começar por sua posição social indefinida, sua contraditória inserção no espaço privado e familiar, constituiem uma ameaça aos mesmos.
Segundo Conceição Monteiro,.
“ As obras que fazem um exame da preceptora personagem procuram expor e problematizar as conseqüências do embaraçamento de fronteiras entre o domínio público e privado, bem como o refletir sobre o que isto poderia acarretar quanto à desestruturação da família, suposto núcleo a ser preservado pela sociedade vitoriana. Sem dúvida, a preceptora personagem se desviaria dos padrões sociais vitorianos, já que ela poderia manifestar desejos. E é isto que a faz perigosa e ao mesmo tempo um ser sombrio e transgressor.”
Se por um lado lhe são atribuídas como principais estereótipos a passividade e o isolamento, por outro, no contexto da sociedade e cultura vitorianas, sua presença é fonte de conflitos entre as dimensões sexual e moral femininas.
Em outras palavras, se sua função é perpetuar os valores vitorianos ela, ao mesmo tempo, a começar por sua posição social indefinida, sua contraditória inserção no espaço privado e familiar, constituiem uma ameaça aos mesmos.
Segundo Conceição Monteiro,.
“ As obras que fazem um exame da preceptora personagem procuram expor e problematizar as conseqüências do embaraçamento de fronteiras entre o domínio público e privado, bem como o refletir sobre o que isto poderia acarretar quanto à desestruturação da família, suposto núcleo a ser preservado pela sociedade vitoriana. Sem dúvida, a preceptora personagem se desviaria dos padrões sociais vitorianos, já que ela poderia manifestar desejos. E é isto que a faz perigosa e ao mesmo tempo um ser sombrio e transgressor.”
(Maria Conceição Monteiro. Sombra Errante: A preceptora na literatura inglesa do séc. XIX. Niterói: EdUFF, 2000; p.14.)
Empregada como governess, a função da prepeptora é comandar ou disciplinar o pequeno espaço de um universo doméstico, o que só é possível na medida em que ela aprende a governar a si mesma, a calar e sufocar sua própria identidade como indivíduo e mulher.
Em outros termos, a preceptora personifica os dilemas da mulher oitocentista que, objeto de repressão social, torna-se ao mesmo tempo imagem de alteridade e ameaça em uma sociedade que se nega como profundamente inquieta, plural e em vertiginoso movimento.
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