quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

CRÔNICA RELÂMPAGO XVI

O vagar dos anos e o conseqüente sentimento do tempo dentro de nós, quando tomado como objeto de devaneios e reflexões não ultrapassa a o constelar de uma consciência do devir como lugar e horizonte do acontecer da vida de um modo geral.
Tudo passa no transformar-se de todas as coisas, no acontecer impreciso e imprevisível de nossas precárias biografias imersas no caótico fazer-se do mundo.
Mas o que somos, qual sentido damos a nossas vidas, são questões que convenientemente aprendemos a descartar da pauta de nossas preocupações imediatas e cotidianas. Tais questões permanecem, entretanto, presentes como espectros a assombrar nossas mais íntimas e obscuras emoções e sentimentos de mundo imediatamente dado.
Mesmo que o “sentido da vida” tenha se tornado hoje um clichê inofensivo e banal, que no fundo já não tenhamos se quer um lugar preciso em nosso próprio mundo, ainda somos parcialmente existências em movimento tentando reter de si a própria essência no tempo onde nos escapamos em metamorfoses múltiplas de realidades, aparências e essências.
Tudo hoje em dia é uma questão de momento...

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