Ao contemplarmos a fotografia de uma paisagem que experimentamos cotidianamente, não raramente temos uma impressão diferente dela. Talvez porque sua representação em duas dimensões estabeleça obrigatoriamente um distanciamento, uma objetivação unilateral do observado, que nos induz a um ocupar-se mais cuidadoso, embora indireto, de suas peculiaridades. Muito diferente acontece quando temos a paisagem como pano de fundo para o teatro de nossas ações.
Cotidianamente as paisagens mundanas nos escapam no exercício automático de nossos atos, no acontecer irrefletido do imediato de nossas vidas. Só lhe damos alguma atenção quando a confrontamos em um quadro ou em uma fotografia. Perdemos constantemente a pequena magia do gosto e alma dos lugares onde constantemente e sem perceber esquecemos qualquer coisa de nós mesmos...
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