sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

PREGUIÇA

Tenho uma preguiça de ler, 
de pensar, de saber, de falar,
de querer ou amar.

 Uma preguiça que me embriaga de inércia,
 de desejo e impotência.

 Uma preguiça quase infinita 
que se alimenta da minha própria vida,
do mais profundo da minha existência.

POR VIR

O mundo esta sempre em processo, 
em vias de ser. 
Nada termina de acontecer,
 de mudar,
 buscar, perder,
 e não ser...

domingo, 12 de janeiro de 2025

MALDITA ROTINA

Rotinas
me roubam o tempo,
o rosto e a alma.

Sou entre  inquietações e inércias
nas desmedidas e desmesuras
de uma vontade insensata.

Sou o vazio e o nada.
de uma consciência desqualificada.

Sou o lado de fora,
substantivo sem substância,
de uma vida desequilibrada,
de uma revolta abstrata.


Sou em tudo,
esta maldita rotina 
que aos poucos 
me anula e mata.


BEM LONGE DAQUI, NO TEMPO E NO ESPAÇO

Bem longe daqui,
no tempo e no espaço,
talvez a vida se torne
respirável e viável.

Talvez o mundo
não seja um desastre,
não existindo políticos,
letrados, burocratas e Estados.

Bem longe daqui
no tempo e no espaço
talvez tudo seja natureza viva,
inumana e intensa,
no devir de todas as coisas.

Bem longe daqui
no tempo e no espaço
talvez a morte defina a vida
contra toda ilusão metafísica.



quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

PODER E VAIDADE

A vaidade é a contra face
da ambição, do amor ao poder
e da necessidade de ter razão.

O exercício de qualquer prestígio 
é um deleite narcisista,
um ato de futilidade.

Amam aplausos e tapinhas nas costas
os devotos da desigualde e das hierarquias.

Portanto, evitem aqueles que idolatram espelhos
e amam o fantasma de sua própria imagem.

TEMPOS DE VIGILÂNCIA

São tempos de vigilância facial,
policiamento virtual
e monitoramento radical
na reinvenção da onipresença estatal.

São tempos de brutalidade policial,
de políticos fascistas e racismo estrutural.

São tempos de necropolitica,
de absoluto combate
aos defensores do abolicionismo penal.

Sejam invisíveis!
Sejam fantasmas!
Usem máscaras!





terça-feira, 7 de janeiro de 2025

A PALAVRA MALDITA

Reivindico a palavra maltrapilha,
maldita,
que grita, que briga e esperneia.

Reconheço meus lábios
na palavra desqualificada,
nada erudita e dita na lama.

Só me interessa a palavra 
 que vai além  da forma,
que extrapola o dizer,
que corta e fere como navalha,
que nos ensina a descrer.



sábado, 4 de janeiro de 2025

A AFIRMAÇÃO DO NADA

Sou senhor do meu íntimo nada.
Sou  corpo, mais do que pensamento.
Sou coisa, eu e um outro
se apropriando do mundo,
afirmando,
entre  liberdade e  necessidade,
a micro imensidão de ser nada.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

PRINCÍPIO DO PRAZER

Quem pode em sã consciência duvidar que o bem estar e o prazer sensual definem nossa relação com o mundo material?

 Acima de todas as opiniões, valores e crenças, acredito no hedonismo como elementar inspiração de todo ser vivo.

 Tudo que vive busca sua própria paz, eis a mais elementar filosofia para uma nova terra e uma nova era além de toda moral e humanismo.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

O TEMPO E A VIDA

A vida passa. 
O tempo não.
 
Ele constantemente ultrapassa 
tudo que foi e será
em sua invariável duração.

 O tempo, afinal, é constante 
contra um mundo que quase não existe. 
Pois existir é, fundamentalmente, 
fluxo e indeterminação.

A vida passa.
O tempo não.