sábado, 5 de julho de 2014

ESPERANÇAS


Viverei os descasos do acaso
até o limite das imaginações.
Quero crescer nas pequenas coisas,
embriagar minhas esperanças
e fazer de conta
que a tristeza não conta,
que as incertezas não importam.
De que outra forma
suportaria o dia seguinte?


sexta-feira, 4 de julho de 2014

AINDA NÃO SOMOS HUMANOS

Contrariando toda mitologia e representações do sagrado que inspiraram civilizações e sociedades, ouso dizer que a humanidade ainda é uma possibilidade futura. Até agora fomos apenas mamíferos muito esquisitos tumultuando a face da terra.

Somos portadores de um cérebro complexo. Mas ainda não percebemos o quanto somos apenas tudo que ele é...

quinta-feira, 3 de julho de 2014

O PESADELO DA FELICIDADE

Caso um dia
Se torne perfeita a vida,
Nos restará o consolo de
Morrer de tédio,
De chorar o vazio
Do sempre igual das coisas.

Seremos mínimos, previsíveis
E chatos,
Diante de um mundo
Não mais questionável.

terça-feira, 1 de julho de 2014

DO PENSAMENTO PÓS MODERNO AO PENSAMENTO PRÉ MODERNO: AS AMBIGUIDADES DA MODERNIDADE

Os defensores da Pós Modernidade encontraram críticos ferrenhos por propor a falência do projeto iluminista de uma “sociedade racional e secular” baseada em instituições “positivas” de poder. 

Acredito, entretanto, que é o pensamento pré-moderno que perpetuou-se  nutrindo-se da própria modernidade  que merece uma critica e uma reflexão radical.

Afinal, a ambiguidade do moderno encontra-se na simples constatação de que ele já nasce arcaico a sombra das ruinas das tradições que, por falta de imaginação, limita-se a reinventar.

O fato é que ainda vivemos em um mundo assombrado por demônios e sujeitos a uma “realidade mágica” administrada por superstições.

AOS QUE CAMINHAM PARA O PASSADO

Causa-me profundo espanto que em tempos em que a ciência e as invenções tecnológicas como nunca antes definem o cotidiano e a cognição humana, ainda existam tantos a estragar pensamentos recorrendo ao arcaismo de diversas modalidades de pensamento mágico.

Aos adéptos das simpatias, leis da atração, milagres de fé e outras bizarras fórmulas de pensamento mágico, nada tenho a dizer, pois me dirijo ao futuro. Sou  contemporâneo das metarmofoses do agora e da reviravolta de todos os valores...

segunda-feira, 30 de junho de 2014

MEUS ERROS

Nem sempre tive as explicações certas para os meus erros.
Nunca achei que errar era humano
ou que faria diferença
qualquer outra opção.


As vezes as coisas simplesmente são
como são
e não há nada a ser feito.


Nesta vida,
de nada me arrependi.
e nada me fez feliz.


Tudo foi como deveria ser....

domingo, 29 de junho de 2014

FOME

A abstrata fome
que me consome
diz uma falta
que dói
em silêncio.


Contra ela
não conheço alimento.
Nenhum banquete seria uma solução.


Trata-se apenas
de um estado de insatisfação.
Talvez seja uma falta
que não nasce de qualquer desejo,
uma forma estranha de náusea
com tudo aquilo que me diz o mundo.

sábado, 28 de junho de 2014

A MENTIRA DE UM SONHO

Sonhei ingenuamente
ser mais perfeito
que a vida
até o ponto
de me perder
no fundo escuro
do meu próprio sonho.

Sofri malogros e ruinas,
perdi passados
e apaguei futuros.
Tudo por conta
do erro de um sonho
que me roubou toda realidade

quinta-feira, 26 de junho de 2014

O OUTRO

Queria fazer um poema triste
para esquecer  minhas ausências,
preencher meus vazios
e fingir que a existência
não vale tanta melancolia.
Queria reinventar meus sonhos
E reaprender a existir.
Pois dentro de mim mora um outro
Ansioso  por viver.


domingo, 22 de junho de 2014

INCOERÊNCIA FILOSÓFICA

A incoerência aleatória dos versos
busca dizer em palavras
o ilegível e abstrato
sentimento de um pensamento
que foge aos conceitos
e subverte gramáticas
correndo descalço sob ventos antigos.


A incoerência nunca é arbitrária.
Sabe ser caprichosa
em sua iniciativa desconstrucionista.