segunda-feira, 5 de setembro de 2011

VIRTUAL FUTURE

A partir de agora
Viverei apenas
Para o dia seguinte,
Para o virtual
Dos amanhãs pretendidos
Contra os limites do tempo de agora.

Serei em tudo
Futuro,
Onírica versão
Das vontades e delírios
De passados arrependidos...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

NOTA SUBJETIVA SOBRE O COTIDIANO SENTIMENTO DO PASSAR DAS COISAS

Não é a percepção do devir cronológico que nos sugere o devir do tempo vivido, mas a vaga consciência de que cada intervalo cronológico caracteriza-se por um leque específico de possibilidades e opções que lhe são próprias.



Assim, a constante desconstrução de cada momento de aqui-e-agora , que é sucedido por outro equivalente, inspira-se no caráter múltiplo do próprio aqui-e-agora, e não em qualquer aparente linealidade inerente a fenomenologia da temporalidade.



Em outras palavras, o sentimento humano da mudança, nossa percepção do passar do tempo e das coisas, é na verdade qualitativa, e não quantitativa como sugere a rotina de um relógio ou a atenção de um cronômetro.



Todas as coisas se transformam em nossa percepção de todas as coisas e não nas próprias coisas...

TEMPO E BOEMIA

Orientado por um relógio



De ponteiros quebrados


Que acompanha o movimento


De despidas horas,


Bebo um pouco


Do tempo dos outros


Em um canto de mesa


De bar e sombra.


Espero a conta


Do dia seguinte


Em goles de sereno


E acaso...

A IMPESSOALIDADE DAS SENSAÇÕES

As sensações



jamais envelhecem,


não se prendem


a qualquer rosto


ou memória.


Ocorrem


O tempo todo


E em todas as partes


Nas infinitas possibilidades


Do acontecer humano


Disperso


Pelos quatro cantos do mundo...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

MINHAS MORTES

Diante de mim
A sombra
De uma antiga fotografia
Desdiz o tempo presente,
Acorda a memória morta
De coisas irremediavelmente
Perdidas
Em um rosto que fui um dia
Mas no qual hoje
Não reconheço
O mínimo traço de mim mesmo...


Minhas tantas mortes vividas
No devir do tempo
Sem datas e sem cerimônias,
Não passam,
Percebo,
De um grande e mudo silêncio.

UNIVERSOS PARALELOS E BIOGRAFIA: UM OLHAR IMAGINARIO

QUANTAS REALIDADES EXISTEM DENTRO DOS VIVIDOS CENÁRIOS DE UMA VIDA?

TUDO AQUILO QUE NÃO ACONTECEU PARECE-ME ESCRITO NO OCORRER BIOGRÁFICO COMO FANTASMA QUE DEFINE TUDO O QUE É E QUE FOI...

POIS O TEMPO VIVIDO NÃO É LINEAR, É COMO UMA ESPIRAL A REFAZER-SE SOBRE SI MESMA EM UM LABIRINTO DE COISAS QUE TENDEM A UM QUASE INFINITO DE POSSIBILIDADES ONDE TODOS OS DESTINOS QUE NÃO VIVEMOS NOS OBSERVAM EM SILÊNCIO...

AQUILO QUE SOU HOJE GRADATIVAMENTE SE DEFINIU, BEM SEI, ATRAVÉS DE SEUS VAZIOS E DESREALIDADES...

SOMOS DE MUITOS MODOS FEITOS DO QUE NÃO VIVEMOS E DO QUE NÃO NOS TORNAMOS...





quarta-feira, 17 de agosto de 2011

DES REALIDADE E ANONIMATO

Sei a liberdade do viver



em anonimato e indiferença


no ocaso da multidão,

no devaneio


onde me perco em mínima moralia


de reflexões descompostas,


rotinas,


vazios de dias justapostos,


contra o golpe de vista


de um sóbrio delírio escrito no sol...



A paisagem quase explode em meus olhos


famintos de qualquer outra coisa


além do magro realismo


do mundo compartilhado


e inventado entre os outros

como se a realidade 

 de fato existice..



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

AFORISMAS NIILISTAS


O erro é a ilusão de alguma certeza que nos engana
@
Constantemente tento saber o mundo de um ângulo inteiramente novo...
@
A duvida é a dimensão mais profunda de qualquer fato e ato de pensamento.
@
Quanto mais duvidamos de tudo, mais livres estamos para reinventar o real em novas codificações das coisas...
@
O fracasso é uma questão de ponto de vista... 

domingo, 14 de agosto de 2011

A AVENTURA DA INDIVIDUALIDADE


Não nos enxergamos
Como os outros
Nos percebem.

Se quer somos
Na soma
De nossas auto representações
E ciência de vividas  personas.

Somos múltiplos
Por dentro e por fora,
Fantasmas de nós mesmos
A inventar auto retratos
E ilusões de identidade....

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A INFÂNCIA DAS COISAS

Quase não me lembro
Do tempo
Em que a vida
Era jovem,
Em que sonhos me sonhavam
Na serenidade de jardins
E vislumbres de céus estrelados.

Quase não me lembro
Do tempo
Em que nada era fato, em que tudo que sou
Se fazia no devir
Do simples e inútil
Ato de cada dia