sábado, 10 de abril de 2010

H L MENCKEN: A VIDA COMO CRITICA DE TODAS AS COISAS


No cenário ca cultura norte americana dos anos 20 e 30 do último século, o nome do filologo, critico e jornalista H L Mencken (1880-1956) tem merecido destaque pelo humor corrosivo, sarcasmo, e refinado espirito critico que lhe permitiam dissertar com maestria sobre as multiplas manifestações da estupidez humana.

Seja ridicularizando o fundamentalismo religioso, tão caro a cultura norte americana, desqualificando a politica e os cotidianos preconceitos do cidadão mediano, Mencken produziu uma obra tão singular para a época que podemos considera-lo um prercursor do modernismo na literatura americana e uma especie de Bernard Shaw da america.

Sua obra, embora produzida a quase um século, me é profundamente contemporânea e inspiradora pelo seu criticismo absoluto, mais do que nunca atual. Afinal, a individualidade é cada vez mais um excercicio de critica de todas as coisas... 

Reproduzo aqui alguns fragmentos de textos reunidos na coletanea O Livro dos Insultos de H L Mencken, selecionado, traduzido e prefaciado por Ruy Castro:



“ Um dos princiapais encantos da mulher na sociedade humana talvez seja o fato de que elas são relativamente incivilizadas.”

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O homem, na melhor das hipóteses, continua uma espécie de animal cambeta, incapaz de tornar-se redondo e perfeito como, digamos uma barata é perfeita.”

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O MEDICO

“A medicina preventiva é a corrupção da medicina pela moralidade. É impossivel encontrar um medico que não avacalhe sua teoria da saude com a teoria da virtude. Toda a medicina, de fato, culmina numa exortação etica. Isto resulta num conflito diametral com a ideia de medicina em si. O verdadeiro objetivo da medicina não é tornar o homem virtuoso; é o de protege-lo e salvá-lo das consequencias de seus vivios. O medico não prega o arrependimento; ele oferece a absorvição.”

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Talvez a qualidade mais valiosa que qualquer homem possa ter neste mundo seja um ar naturalmente superior, um talento para impinar o nariz com desprezo.”

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O CREDULO

“A fé pode ser definida em resumo como uma crença ilogica na ocorrencia do improvável. Ela contem um sabor patológico;extrapola o processo intelectual normal e atravessa o viscoso dominio da metafisica transcendental. O homem de fé é aquele que simplesmente perdeu (ou nunca teve) a capacidade para um pensamento claro e realista. Não que ele seja uma mula; é, na realidade, um doente. Pior ainda, é incurável, porque o desapontamento, sendo essencialmente um fenomeno objetivo, não consegue afetar sua infermidade subjetiva. Sua fé se apodera da virulência de uma infecção crônica. O que ele diz, em suma, é: “Vamos confiar em Deus, Aquele que sempre nos tapeou no passado”.

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“Talvez a mais valiosa de todas as propriedades humanas, depois de um ar de empáfia e superioridade, seja a reputação de bem sucedido. Nenhuma outra coisa torna a vida mais fácil.”

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“Todo home descente se envergonha do governo sob o qual vive.”

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Todo artista de alguma dignidade é contra seu próprio pais. Pense em Dante, Tolstoi, Shakespeare, Rabelais, Cervantes, Swift e Mark Twan.”

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“A democracia é a arte e a ciencia de administrar o circo a apartir da jaula dos macacos.”

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“A monogamia mata a apixão- e a paixão é o mais perigoso de todos os inimigos da civilização”

Referencia das citações: H L Mencken.  O livro dos insultos de H L Mencken/ Seleção, tradução e prefácio de Ruy Castro. SP: Companhia das Letras, 1989, 3° reimporessão.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

THE DAY AFTER


Sei que o dia seguinte

Pode não trilhar a rotina
Do existir de agora,
Explodir em inesperados acasos,
Desconstruindo certezas e planos,
Soterrando-me em fatos e enigmas
De acontecimentos nus...

YES...


Aprendo a tropeçar no instante,

Cair no momento,
Para inventar horas,
Passados e futuros
Delirando o presente
Entre memórias que brotam
De algum ideal de ego cravado
Entre o tempo e o espaço...
Mas sinto-me timidamente
Algo mais que isso...

Yes, I Can’t...



quarta-feira, 7 de abril de 2010

PESSOAL ANONIMATO


Sei que sou apenas

Qualquer pessoa
Aos olhos dos outros.

Uma opaca realidade
De carne e osso
Sem significativa substancia,
Qualquer incerta coisa de mundo
Que lentamente se acaba no tempo
Ferindo esquecimentos
E inventando memórias...



sexta-feira, 2 de abril de 2010

SIGNIFICADO DO PÓS MODERNISMO


A teoria da pos modernidade, em suas tantas formulações e versões, pressupõe a hipótese de que vivemos em uma época de transição e desconstruções.

Contra o télos histórico da modernidade, o ideal abstrato de uma emancipação humana através de um projeto racional, a pós modernidade sustenta uma releitura do micro-universo do efêmero, do anedótico e singular.

Desfazendo os universais de inspiração metafísica, afirma uma imagem de mundo fundada no ilegível da condição humana e no aleatório devir de todas as coisas entre arte e ciência...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

LARGE HADRON COLLIDER- LHC: A FRONTEIRA FINAL...

O Grande Colisor de Hádrons ( Large Hadron Collider - LHC) , o maior acelerador de partículas e o de maior energia existente , localizado em um tunel na fronteira franco-suiça, cujo maior objetivo é a colisão de feixes de partículas carregadas, tanto de prótons a uma energia de 7 TeV (1,12 microjoules) por partícula, quanto núcleos de chumbo a energia de 574 TeV (92,0 microjoules) por núcleo, realizou na última terça feira seu maior feito ao produzir um big bang em miniatura que segundo os especialistas inaugura uma nova era na história da na fisica moderna.



Uma dos principais objetivos da experiência é a identificação da chamada “partícula de Deus” ou Bóson de Higgs, a única partícula que integra o modelo padrão do universo e que ainda não foi observada. Até agora, nenhum experimento detectou diretamente a existência do Bóson de Higgs, embora haja alguma evidência indireta de sua existência.



O fato é que nos aproximamos cada vez mais de uma representação do universo onde a imagem de um telos, onde uma divindade como principio, torna-se obsoleta e incapaz de dar conta da complexidade da existencia. Em outros termos, a linguagem cientifica é cada vez mais uma linguagem desafiadora dos costumes e convenções que sustentam o imaginário social.

terça-feira, 30 de março de 2010

O TEMPO DENTRO DAS COISAS

O dia ganhou



Um gosto de tristeza antiga


Enquanto o sol caía


Sobre as ruas


Ofuscando cores e coisas.


Tudo se encontrava em silêncio,


Espalhado no tempo


Entre desaparecimentos e inércias...






Em cada canto


Faziam-se ouvir ecos de perdidas realidades.


Nada era mais importante do que o passado enterrado


Na melancolia que vestia cada objeto.

STATES OF CONSCIOUSNESS


Fascina-me a paixão



Acordada por cada objeto


Que me decora a vida,


O pensamento das coisas


Dispersas em paisagens intimas


E a ilimitada busca de certeza


Para os cotidianos atos


Que me sustentam a existência.


Cada dia é como um sonho estranho


Ou reminiscência da indeterminação abstrata


De tudo aquilo que me cerca...

sexta-feira, 26 de março de 2010

SILENCE

Despido de compromissos,

Agendas e relógios,
Dedico-me simplesmente
A passar o tempo,
Esquecer os jornais
E o mundo
Brincando de ser
Eu mesmo
Em domesticas paisagens
De agitado silêncio...

LAST YEARS MODEL

Tenho aprendido

A andar para traz,
Trilhar passados
E sentimentos de vida
Calados no fundo do tempo.

Tenho me reconstruído
Até o limite de idades
Sem saber direito
Aquilo que me fez o futuro...