O dia seguinte corre ao meu encontro como um estranho a oferecer um abraço frio e formal. O tempo, enquanto isso, oferta possibilidades de riscos, futuros, esperanças ingênuas e leves dissociações de personalidade nos acasos e sonhos que nunca socam realidades. Sei que perdi em alguma parte do jogo entre o eu e o mundo, o rumo do meu destino, o quase saber do meu futuro aberto em possibilidades, erros, a caminho de um nada essencialmente natural.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
sexta-feira, 27 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
LANCELOT: ESPECULAÇÔES SOBRE O MITO.
A personagem de Lancelot é, depois de merlin, a mais complexa e enigmática do mito arthuriano, personificando dramática e radicalmente o ideário do amor cortês contra os códigos masculinos e partriacais do imaginário medieval.
Foi entre os anos de 1177 e 1180 que Crétien de Troyes compôs Lê chevalier de la charrette, romance que introduziu a personagem na literatura ocidental, já configurado, por um lado como símbolo e representação de cavalaria e distinção e, por outro, de infâmia e degradação.
Lancelot é a personificação mais radical do mito do cavaleiro errante. Seja através do absoluto alheamento de mundo e de si mesmo, entre o fantástico do maravilhoso, do “alem mundo” celta (domínio do sagrado), e o espaço social da tavola redonda (domínio do profano). Instancias que, quase sempre, encontram-se em tensão nas versões cristianizadas da lenda.
Sua marca é a melancolia, o desespero de quem desafia seu próprio tempo na afirmação da ética do amor cortes contra a moral cristã e a cultura partriacal da Idade Media. Genebra, afinal, é para ele mais importante que o grall, personificando o mito do eterno feminino e os imperativos do desejo e do irracional contra todo obscurantismo da fé e da idéia de verdade....
Foi entre os anos de 1177 e 1180 que Crétien de Troyes compôs Lê chevalier de la charrette, romance que introduziu a personagem na literatura ocidental, já configurado, por um lado como símbolo e representação de cavalaria e distinção e, por outro, de infâmia e degradação.
Lancelot é a personificação mais radical do mito do cavaleiro errante. Seja através do absoluto alheamento de mundo e de si mesmo, entre o fantástico do maravilhoso, do “alem mundo” celta (domínio do sagrado), e o espaço social da tavola redonda (domínio do profano). Instancias que, quase sempre, encontram-se em tensão nas versões cristianizadas da lenda.
Sua marca é a melancolia, o desespero de quem desafia seu próprio tempo na afirmação da ética do amor cortes contra a moral cristã e a cultura partriacal da Idade Media. Genebra, afinal, é para ele mais importante que o grall, personificando o mito do eterno feminino e os imperativos do desejo e do irracional contra todo obscurantismo da fé e da idéia de verdade....
domingo, 22 de março de 2009
LANCELOT
POEMA DE QUASE AMOR
Jamais provei teus lábios
Ou explorei teu corpo
Na emoção de estar perdido
No mundo dos teus olhos.
Se quer sei seu nome,
Nunca escutei sua voz
Em meu coração partido
Como um hino a vida que nunca vi.
Vivi apenas silêncios,
Sombras e sonhos
Na solidão de montanha
De quem adivinha
O peso da vida
Na leveza do vento.
I love my heart.
Ou explorei teu corpo
Na emoção de estar perdido
No mundo dos teus olhos.
Se quer sei seu nome,
Nunca escutei sua voz
Em meu coração partido
Como um hino a vida que nunca vi.
Vivi apenas silêncios,
Sombras e sonhos
Na solidão de montanha
De quem adivinha
O peso da vida
Na leveza do vento.
I love my heart.
sábado, 21 de março de 2009
CONTEMPORÂNEIDADE E PÓS IDENTIDADE
A saturação de certos valores e idéias que marcaram a chamada modernidade é um processo descontinuo, invisível e plural em seus significados.
Gosto de pensar este novo momento da história social do mundo ocidental como a gestação imagética de uma revolucionária estética da imanência; como uma recusa do “deve-ser” de todos os sentidos e meta-significados característicos da linguagem da modernidade, seus universalismos, identidades e lógicas monoteístas de homogeneidade...
Faz-se no agora que nos escapa mudamente uma afirmação do efêmero, do imediato, do irracional e do paradoxal como expressão das novas leituras e vivencias de nossa cotidiana condição humana, cada vez mais individuada, deslocada de suas tradicionais representações de sentido laicos e religiosos.
Vivemos tempos de hibridismos, multiculturalismos e pluralidades infinitas de estratégias de ser no mundo.
Entretanto, ainda nos surpreendemos perplexos diante dos espelhos da fenomenologia da existência em desafio múltiplo de diálogos e reconstruções na ontologia de cada dia.
l
Gosto de pensar este novo momento da história social do mundo ocidental como a gestação imagética de uma revolucionária estética da imanência; como uma recusa do “deve-ser” de todos os sentidos e meta-significados característicos da linguagem da modernidade, seus universalismos, identidades e lógicas monoteístas de homogeneidade...
Faz-se no agora que nos escapa mudamente uma afirmação do efêmero, do imediato, do irracional e do paradoxal como expressão das novas leituras e vivencias de nossa cotidiana condição humana, cada vez mais individuada, deslocada de suas tradicionais representações de sentido laicos e religiosos.
Vivemos tempos de hibridismos, multiculturalismos e pluralidades infinitas de estratégias de ser no mundo.
Entretanto, ainda nos surpreendemos perplexos diante dos espelhos da fenomenologia da existência em desafio múltiplo de diálogos e reconstruções na ontologia de cada dia.
l
AUTO ESBOÇO
Tornei-me
Um simples ensaio
De mim mesmo.
Um esboço incompleto
Do que deveria ser,
Do que poderia viver ou fazer.
Desencontrei-me do destino
Em alguma curva da vida...
Minha existência
Ainda não aconteceu.
Um simples ensaio
De mim mesmo.
Um esboço incompleto
Do que deveria ser,
Do que poderia viver ou fazer.
Desencontrei-me do destino
Em alguma curva da vida...
Minha existência
Ainda não aconteceu.
quinta-feira, 19 de março de 2009
DIA PERDIDO
Deixei o dia
Passar por mim
Em silêncio.
Fiz dele uma data
Em branco,.
Um furo no calendário
A doer na memória
Como um testemunho
De antigas inércias e niilismos,
De minha falta de mundos
Dentro da insensatez do mundo.
Passar por mim
Em silêncio.
Fiz dele uma data
Em branco,.
Um furo no calendário
A doer na memória
Como um testemunho
De antigas inércias e niilismos,
De minha falta de mundos
Dentro da insensatez do mundo.
PASSEIO
Acordei com o tempo
Pesando no corpo
E a vida engasgada
Nos pensamentos.
Só me restou
Sair sem rumo
Pela cidade aberta
Em aleatório movimento
De ser entre as coisas.
Pesando no corpo
E a vida engasgada
Nos pensamentos.
Só me restou
Sair sem rumo
Pela cidade aberta
Em aleatório movimento
De ser entre as coisas.
CRÔNICA RELÂMPAGO XL VII
Quanto do seu tempo dedicas a si mesmo, aos frívolos caprichos do seu simples acontecer? Talvez seja essencial ao equilíbrio dos pensamentos e incontornáveis passos automáticos e tensos do dia a dia ocupar-se regularmente com o nada mais intimo e incomunicável; abandonar-se as delicias e preguiças que produzem as inércias essenciais a mais plena experiência de individualidade e imanência.
Periodicamente precisamos esquecer o mundo, estabelecer nossas estratégias de silêncio e entregar o corpo e o viver a inspiração das preguiças, pequenos e fúteis prazeres.
Periodicamente precisamos esquecer o mundo, estabelecer nossas estratégias de silêncio e entregar o corpo e o viver a inspiração das preguiças, pequenos e fúteis prazeres.
domingo, 15 de março de 2009
APOLOGIA A PAN
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