sábado, 27 de junho de 2020

CONTRA MUNDO

Vivo de um desencontro comigo
Através  do mundo ,
Existo em deslocamentos silenciosos
Através de inércias 
Que me fazem puro movimento,
Contra mundo.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

A SOLIDÃO

A solidão é uma perda de mundo,
Um silêncio que invade a palavra
Na ausência de si mesmo.
A solidão é  o mais autêntico estado de consciência.
É uma forma de desabitar a vida
Na atrofia do desejo.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

EU QUASE NÃO EXISTO

No fundo eu quase não existo.
Sou feito do mundo
Que me invade e sufoca
Como linguagem e  consciência
Eu quase não  existo.
Sou mera expressão do desejo
Que faz o mundo.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

A PERDA DO MUNDO

Vivemos um tempo sem glória,
Sem brilho,
Quase invisivel,
Onde a vida nua
Exibe o desvelor do mundo.
Um mundo que já foi perdido,
Que quase não existe,
E segue contemporâneo
Da pior versão do nosso passado.
Um mundo que não tem alma,
Que não tem mais forma,
Onde esperamos ansiosos
Pela redenção de um  desastre.

domingo, 21 de junho de 2020

SER LIVRE

Quero ser livre,
Livre em qualquer liberdade
Que não cabe em palavra,
Que não foi inventada,
E escapa a todo discurso de liberdade.

Quero ser livre,  intenso e louco.
Livre no mais profundo sentido
Dos meus instintos.

Livre de um modo
Que não cabe no mundo.

sábado, 20 de junho de 2020

POEMA PODRE

Faz algum tempo que o mundo,
O pensamento e  minhas certezas
Perderam o sentido.
Faz algum tempo que tenho nojo,
Asco de ser e acontecer
Onde toda expressão do viver
Tem gosto de algo podre,
De opressão, 
De vida perdida.

O ENIGMA DO ARCO IRIS

Saber um dia um arco íris no céu, 
Como se toda eternidade invadisse os olhos.
Saber a vida mais intensa que minha existência.
Viver qualquer experiência onde meus pés  provem a terra com gosto de céu. 

quinta-feira, 18 de junho de 2020

CONSCIÊNCIA

O mundo é meu lado de dentro,
meu sentimento das coisas
na ferida da consciência.
Isso é tudo
que sei da existência....

terça-feira, 16 de junho de 2020

A BURRICE DO OLHAR



Os olhos  contemplam o mundo
Mas não enxergam,
Não choram,
Não gritam,
Não ardem...
Não  sabem.

Ver exige pensamento,
Conhecimento,
A racionalidade do sentimento
No enigma da imagem.

Já não sabemos o mundo com os olhos.
Estamos todos cegos.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

A FESTA DAS BORBOLETAS

Sou feito de borboletas.
Odeio formas fixas,
Verdades gastas,
Autoridades,
Vaidades e normas.

Meu lugar é o vento,
A agonia intensa de ser
Em múltiplos afetos,
De viver perpassado,
Ferido e buscando sentido
Do outro lado de mim.

Sou feito de borboletas em festa.