quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O FUTURO DE UMA ILUSÃO

Esqueceu o próprio nome,
Abandonou a vida,
Deu as costas ao tempo
E ao destino
Para permanecer
Ali
Parado
A espera de um sonho
Que nunca foi sonhado.
Todo seu pensamento
Era o futuro de uma ilusão.



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

FANTASIA

Eu espero o tempo passar
Enquanto a vida corre apreçada
Em busca da noite,
Enquanto os sonhos
Embriagam-se ao por do sol,
E a realidade escreve-se
Nos olhos com um gosto
De outro mundo.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A FELICIDADE DAS ILUSÕES

Seremos algum  dia
Realmente felizes
Ou será a felicidade
A maior das ilusões?
Toda mentira
Tem, afinal,
Sua maestria.
A própria beleza
Habita os olhos
E não o objeto
Que vestimos de poesia.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

ÍNFIMO

Meu mínimo mundo
Não cabe em mim,
Não cabe em palavras,
Sentimentos ou vazios.
É tão ínfimo quanto
O instante de um pensamento
Que não sabe se quer
De si mesmo...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

NOTA SOBRE RECORDAÇÕES

Penso que que os poucos bons momentos da minha vida  mereciam uma sequência, qualquer outro desdobramento, que não fosse a palidez do efêmero. É como se certos acontecimentos tivessem ficado  suspensos a espera de um profano milagre de alguma eternidade

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

POEMA QUASE NOTURNO


A luz frágil
Do fim da tarde
Quase não brilha
Na paisagem,
Pois os sonhos acordaram
Cedo
Em qualquer
Profundidade de noite
No interior da gente.
Qualquer pouco de sol
Já não faz sentido
No invisível tormento
Do desfalecimento
Do nada de mais um dia



quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

MELANCOLIA AO FIM DO DIA

Os sonhos quebrados
Esquecidos em um dia
De sol de infâncias
Ecoam na  nostalgia
De uma tarde fria.
Meus pensamentos
Já não sustentam vontades,
Minhas palavras
Já não dizem nada.
Apenas estou
Aqui e agora
Esperando o por do sol.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

MULTIDÃO

Estar em multidão é um exercício de cegueira e indiferença. A pluralidade de rostos estranhos, de vozes distantes, nos faz desatentos a nós mesmos em qualquer espécie de estranhamento da própria condição humana.

É no cada vez mais incerto espaço da vida privada onde nos reconhecemos como labirinto de intimidades e coleção de memórias cada vez mais desarticuladas.

NOTA SOBRE O NOVO DOMÍNIO DA INFORMAÇÃO

Inflacionada, a informação existe atualmente sob o signo do caos, escapando ao domínio da racionalidade pragmática e do universal.  Atualmente é  o  particular, a singularidade que nos codifica essencialmente a realidade. O perene emerge como  arquetípico da imaginação diante de uma informação que transcende a comunicação.