...E tudo que agora
Vejo
No agitar-se do mundo
Não passa
De vento.
Vento que corre livre
Em todas as direções
Sem a ilusão
De lugar algum
Para ter acento...
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
INUTILIDADE
Provisoriamente perdido
Nos abismos da sorte
Busco-me na brevidade
De um instante
De puro vento
Inventando degredos
E segredos
No lugar nenhum
De mim mesmo
Plenamente ciente
Que nada me leva a nada.
Nos abismos da sorte
Busco-me na brevidade
De um instante
De puro vento
Inventando degredos
E segredos
No lugar nenhum
De mim mesmo
Plenamente ciente
Que nada me leva a nada.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
BUSCA
Busco a agonia
De algum futuro
Que inteiramente
Me preencha
De fogo e vida.
Busco a existência
Mínima e possível
Do mais viável
E simples
De um dia de sol...
De algum futuro
Que inteiramente
Me preencha
De fogo e vida.
Busco a existência
Mínima e possível
Do mais viável
E simples
De um dia de sol...
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
FALTA
Falta ainda tanto tempo
Para o depois
Que o agora
Quase me afoga
Na estagnação de tudo.
Por hora
apenas
Quase não existo
Na falta...
Para o depois
Que o agora
Quase me afoga
Na estagnação de tudo.
Por hora
apenas
Quase não existo
Na falta...
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
DEVANEIO DE FIM DE TEMPO
Chega um momento
Em que o futuro
Nos deixa
Simplesmente livres
Para provar o agora
E lamber o tempo
Como um sorvete
Em tarde de verão.
É quando tudo menos importa
E a impotência de nossos silêncios
Grita a vida
E nos faz vivos nos ecos
Da sombra das imaginações
Mais profundas...
APONTAMENTOS SOBRE INDIVIDUALISMO E CULTURA CONTEMPORÂNEA
Hoje costuma-se falar do fenômeno do esvaziamento das individualidades e da crise do individuo, fenômenos interligados que refletem um processo de desestruturação e reestruturação das relações sociais fundado, dentre outros fatores, no profundo impacto das novas tecnologias digitais sobre os hábitos coletivos e a própria maneira de codificação de nossas individualidades em um contexto de deslocamento dos papeis sociais tradicionais norteados por uma referência comunitária de organização social.
As sociabilidades deixam assim hoje em dia de serem concêntricas e homogenizantes se pulverizando em uma pluralidade de estratégias de construção de identidades, cuja inorganicidade e a exacerbada afirmação da microfísica das individualidades se tornaram definitivamente hegemônicas.
Pode-se dizer que, embora já em gestação desde o advento da sociedade de massas no final do sec. XIX e inicio do século XX, foi apenas a partir da segunda metade dos novecentos que tal processo ganhou nas sociedades e culturas ocidentais uma dimensão realmente nova que deslocava definitivamente as “tendências comunitárias” de agregação social como referencia central de codificação do real.
Obviamente podemos rastrear tal processo de construção da autonomia do indivíduo frente as codificações comunicarias de mundo e realidade desde o inicio da era moderna, marcada por fortes tensões culturais como os descobrimentos, as reformas protestantes e as consequente “guerra de religiões”, mas até então e, pode-se dizer, de modo diferente ainda hoje, as tendências a “desorganização de todo estabelecido” tendem a reorganizar-se sobre alguma variação da “velha ordem”.
Importante considerar que, tal como aqui concebido, o conceito de individuo não se associa a qualquer noção de “a-sociabilidade”, como sugerem alguns estereótipos ideológicos clássicos. A individuação pressupõe uma estratégia de autoconsciência e adaptação a uma realidade coletiva marcada pela instabilidade e enfraquecimento das representações coletivas tradicionais que acabam por exigir um grau de autonomia e iniciativa maior de seus membros como atores sociais.
Mas pode-se também dizer que o fenômeno da “indiferença” ou do “narcisismo” contemporâneo atribuídos ao individualismo são na verdade a contrapartida de uma sociedade massificada, onde a despersonificação e a universalização através do consumo exigem um ethos comportamental antipático as sociabilidades comunitárias.
Ao contrario dos conservadores defensores de um mundo sustentado por meta narrativas e valores universais, não creio que uma re-coletivização da sociedade seja possível ou se quer desejável. Talvez o próprio conceito de sociedade tenha se esgotado e estejamos vivendo uma nova forma de interação social e coletiva fundada na justaposição de sociabilidades diversas. Seja como for, a possibilidade do individuo singular reinventar –se em codificações de mundo elaboradas exclusivamente ao sabor de seus mais preciosos caprichos parece-me uma fecunda possibilidade de futuro.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
INDIVIDUALISMO E BIOGRAFIA
O menino que um dia fui
Já não existe mais.
Como também não existe
Todo passado
Que um dia
Lhe serviu de mundo;
Muito menos existe,
Entretanto,
Dentro de mim
Qualquer adulto
Provisoriamente ajustado
E adaptado a banalidade
Das coisas vividas.
Sei se que sou em tudo
Apenas um perplexo
Indivíduo
Diante da elementar
Inconstância
De nossa simples
E cotidiana existência...
O INUTIL DAS COISAS
Estou agora
A poucos passos
Do quase depois
De tudo,
Reaprendendo a vida
No inevitável das grandes mudanças.
Carrego-me do nada ao nada
Dos dias
Sofrendo o perder-se
Do próprio tempo...
A poucos passos
Do quase depois
De tudo,
Reaprendendo a vida
No inevitável das grandes mudanças.
Carrego-me do nada ao nada
Dos dias
Sofrendo o perder-se
Do próprio tempo...
terça-feira, 14 de agosto de 2012
VIDA
A vida é feita
De simples e pequenas
Alegrias
Que não cabem
Em qualquer aventura
De pensamento.
A vida é mais simples
Do que a existência
Ou a consciência
De qualquer ser humano...
De simples e pequenas
Alegrias
Que não cabem
Em qualquer aventura
De pensamento.
A vida é mais simples
Do que a existência
Ou a consciência
De qualquer ser humano...
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
PERDER-SE...
Deixei a casa
Onde me abrigava
A vida
Para viver a ermo
Qualquer busca
De real existência.
Mas não escolhi
Meus caminhos.
Soprou-me o vento
Destinos
Que me levaram
Embora o rosto
No capricho de
Uma quimera...
Onde me abrigava
A vida
Para viver a ermo
Qualquer busca
De real existência.
Mas não escolhi
Meus caminhos.
Soprou-me o vento
Destinos
Que me levaram
Embora o rosto
No capricho de
Uma quimera...
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