Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
MAR E VIDA...
Viverei o mar
Como errante
E livre marinheiro
No castelo da proa
De um pequeno
E doce navio.
Verei o sol brincando
Nas ondas
Em ritmos de tempo
E vento.
Serei pirata, baleeiro,
No receio de terra firme
E incerteza
De vida de cada dia
com o louco do mar...
Longe daqui...
terça-feira, 29 de setembro de 2009
SOBRE A INSUFICIÊCIA DO TEMPO PRESENTE...
O presente, como substantivo ou adjetivo, não possui signifado real, na medida em que não oferece uma satisfatória diferenciação do que entendemos como passado e como futuro.
Ele é, em nosso cotidiano, uma ideia fugidia e vaga fundada na experiência de existir apenas em um corpo no tempo e espaço… ou na perpetuação da experiência ciclica de acontecer em cada dia como quase não lugar do mundo socialmente apreendido…
Tal premissa não é suficiente para nos permitir conclusões satisfatórias ou “verdadeiras” sobre aquilo que nos ocorre como existência em condição humana …
Apenas nos serve de esterco para a gratuita semente da duvida...
NOSTALGIA
O melhor de mim
Perdeu-se em passados,
Foi corroido pelo tempo
Em meio a duvidas
E ceticismos…
O que, afinal,
É o aprendizado da existência
Além do progressivo domínio
Do cândido vazio
Que nos ensinam os ventos?
Tudo que há
É o passar dos dias e noites
Entre a imaginação de estrelas…
Perdeu-se em passados,
Foi corroido pelo tempo
Em meio a duvidas
E ceticismos…
O que, afinal,
É o aprendizado da existência
Além do progressivo domínio
Do cândido vazio
Que nos ensinam os ventos?
Tudo que há
É o passar dos dias e noites
Entre a imaginação de estrelas…
domingo, 27 de setembro de 2009
SOBRE A ESSÊNCIA DO MUNDO COMO LINGUAGEM...
Uma vertiginosa variedade de alternativas… Eis aqui a mais adequada definição do acontecer da vida na suceder-se interminável dos fatos vividos. … Interesse, desejo, mudança, segurança… emoção!... Incerteza…
O desencanto é o remédio para todas estas tolices que nos pertubam no acontecer humano. O pensar enxuto e objetivo, sem surpresas ou expectativas. Isso é tudo que importa… Somente quando nos distanciamos de tudo podemos tocar e saber a existência, suportar o mundo vivido e imediato como um jogo gramatical socialmente construido…
THE PEACE FESTIVAL: 40 anos depois...
Em 13 de setembro de 1969 ocorreu em Toronto (Canada) o PEACE FESTIVAL, obviamente uma referência a guerra do Vietnã. Participaram do show ícones do rock and roll como Chuck Berry, Jerry Lee Lewis e Litle Richard, além de John e Yoko Ono, acompanhado de figuras como Erich Clapton. Os Beatles, então, ainda não haviam oficialmente terminado, o que aconteceria um pouco depois. Este evento pode ser considerado, portanto, a primeira performance pós Beatles de Lennon . Cabe observar que este involuntário marco da histório do rock mostra muito significativamente a vitalidade e atualiudade do velho rock dos anos 50, apesar das reformatações sofridas nos anos 60….
sábado, 26 de setembro de 2009
THE BEATLES AND REAL LOVE…
Neste ano completam-se 40 anos que os Beatles acabaram… O fato foi lembrado através da reedição de sua obra no mágico dia 09/09/09 e de um videogame, mas também pela matéria de capa da lendária revista Rolling Stonnes consagrada em sua edição de setembro a um ótimo e minuncioso ensaio de Mikal Gimore sobre os conturbados bastidores do fim daquela que foi a mais importante banda de rock de todos os tempos.
O crepúsculo da saga dos Beatles, para o autor segue as vicissitudes de uma história de amor. Imagem que me parece adequada para traduzir seu legado musical e ontológico. Sobre isso é curioso observar que essa imagem tambem foi explorada através do musical ACROSS THE UNIVERSE dirigido por Julie Taymor.
Ofereço ao leitor as próprias palavras do autor para experiência e julgamento:
“… TUDO ISSO LEMBRA UMA HISTÓRIA DE AMOR? O amor perde todo o seu valor quando tudo termina? Talvez sim, embora finais não apaguem a história; em vez disso, a concluem. A história dos Beatles sempre foi, de certa forma, maior do que os próprios Beatles, tanto a banda quanto os indivíduos que a formaram: foi a história de uma época, de uma geração que buscava novas possibilidades. Foi a história do que acontece quando você encontra essas posibilidades, e o que acontece quando suas melhores esperanças vão por agua abaixo. Sim, foi uma história de amor- e o amorquase nunca é uma benção simples. Porque, por mais que os Beatles possam ter amado o que faziam juntos, o mundo em volta os amava ainda mais. Foi esse amor que, mais do que qualquer outra coisa, exaltou os Beatles e os acorrentou juntos por tanto tempo. Algo que, por fim, nenhum deles conseguiu suportar. Jonh Lennon, em particular, sentia que precisava acabar com o romance, enquanto Paul McCartney em especial odiava a idéia de vê-lo despedaçado. E, uma vez que estava feito, estava feito. Tudo que eles criaram-cada uma das maravilhas-ainda reverbera, mas os corações responsáveis por tudo aquilo também foram responsáveis pelo seu fim, e nunca se recuperaram totalmente da experiência. “Foi a tanto tempo”, George Harrisson declarou anos mais tarde. “Às vezes, me pergunto se eu estava mesmo lá ou se foi tudo um sonho. Um sonho que nos elevou, que partiu nossos corações, que ainda perdura e que provavelmente jamais será igualado.””
DEVOULING TIME
Até a pouco
Gratuitamente experimentava
O superficial do agora
De todos os dias iguais…
Mas avançou repentinamente
Sobre mim
Algum outro instante
De vivido e vívido momento,
Um vazio estranho
De absurdo de tempo e espaço.
Deslocado das coisas,
Surpreendi-me despedaçado,
Em metafísico silence,
Rasgando meu próprio rosto
Na paisagem magical
De um simples espelho…
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
DE PROFUNDIS by OSCAR WILDE
Publicado originalmente em 1905 pelo amigo Robert Ross, o longo relato epistolar, De Profundis, de Oscar Wilde, um de seus vários textos escritos durante o cárcere, é uma resposta do autor a sociedade conservadora inglesa de sua época, que lhe condenou a dois fatais anos de prisão por atentado a moral vigente devido a sua homossexualidade.
Cada uma de suas partes corresponde às cartas que Wilde escrevia para seu jovem ex-amante, Lord Alfred Douglas, pivô do processo que lhe condenou.
Trata-se de um texto realmente singular na história da literatura inglesa devido a sua melancólica intensidade e simultânea aposta do autor na recuperação póstuma de seu perdido prestigio literário.
Mas trata-se acima de tudo de uma intensa reflexão sobre a condição humana, seus autos e baixos, bem como sobre a natureza da arte...
Segue um interessante fragmento da comentada obra:
“O artista esta sempre buscando um modo de vida, no qual a alma e o corpo sejam uma coisa só, indivisível, em que o exterior seja a expressão do interior e a forma revele tudo. Tais modos existem, e não são poucos, Num determinado momento, a juventude e as artes que se preocupam com a juventude podem nos servir como modelo. Em outros, podemos talvez preferir a idéia de que na sua sutileza e na sensibilidade de suas impressões, na sua sugestão de um espírito que habita as coisas externas e faz de suas vestes de terra e de ar, de bruma e cidade, indistintamente, a moderna arte do paganismo, na mórbida afinidade do seu clima, dos seus tons e cores, realiza para nós, pictoricamente, aquilo que os gregos realizavam com tanta perfeição plástica. A música, na qual o tema é absorvido pela forma de expressão e não pode ser separado dela, é um exemplo complexo- e uma flor ou uma criança são um exemplo simples- do que estou tentando dizer, mas o sofrimento é o exemplo fundamental, tanto na arte quanto na vida.
Por trás das alegrias e do riso pode esconder-se um temperamento grosseiro, áspero e insensível. Mas por trás do sofrimento há sempre mais sofrimento. Diferente do prazer, a dor não usa mascara. A verdade na arte não é a correspondência entre a idéia essencial e a existência acidental, não é a semelhança entre a forma e a imagem, ou entre a forma refletida no espelho e a própria forma em si; não é o grito que ecoa no vale entre as montanhas, nem o poço de águas prateadas que refletem a imagem da lua para a lua, ou a imagem de Narciso para Narciso. A verdade na arte é a união da coisa com ela mesma, o exterior tornando-se expressão do interior, a alma revestida de forma humana, o corpo e seus instintos unidos ao espírito. Por essa razão, não há verdade que se compare ao sofrimento. Há momentos em que esta me parece ser a única verdade. Outras coisas podem ser ilusões dos olhos ou do apetite, feitas para cegar um e saciar o outro, mas é o sofrimento que tem construído os mundos, há sempre dor no nascimento de uma criança ou de uma estrela.”
( Oscar Wilde. De Profundis e outros escritos do cárcere/tradução de Julia Tetamanzy e Maria Ângela Saldanha Vieira de Aguiar. Porto Alegre: L&PM Editores, 2002, p. 101-102 )
CONDIÇÃO HUMANA
Viver é como correr
Por desertos
A espera de notícias
De terras distantes.
Não importa
O que aconteça,
Estamos sempre vazios,
Sedentos de experiência
E existência…
Send more love…
Now…
Por desertos
A espera de notícias
De terras distantes.
Não importa
O que aconteça,
Estamos sempre vazios,
Sedentos de experiência
E existência…
Send more love…
Now…
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
UNIVERSE
Somos todos
Poeiras de estrelas,
Restos animados
Da história
De um mágico universo
Onde existimos anônimos
E atônicos.
A mais profunda natureza
Contradiz
As certezas humanas...
Existir é um conceito
Relativo e provisório
Que escapa a razão
Que desenha a palavra.
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