Quanto mais tenho consciência de mim, mas me desconheço. Menos acredito na concretude da minha própria existência. Sei que nenhum indivíduo existe em si mesmo.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quinta-feira, 3 de setembro de 2020
A IMPOSSIBILIDADE DO AUTO CONHECIMENTO
Conhecer a si mesmo é um ideal tolo. Afinal, o eu é simulacro. Casca vazia sem qualquer profundidade. Ele não passa de um componente discursivo, de uma máscara.
segunda-feira, 31 de agosto de 2020
O IMPOSSÍVEL DA VIDA
A vida
É, certamente,
Qualquer outro estado
Da existência,
Que nos escapa na sucessão dos dias.
Algo que não cabe no automatismo dos gestos
Ou na impessoalidade das palavras,
Que foge ao cotidiano dos nossos atos,
E até mesmo aos pensamentos mais íntimos.
A vida é apenas um sonho distante
Ecoando na precariedade do possível
Que define os limites coletivos
De nossa breve existência.
domingo, 30 de agosto de 2020
SOBRE AS PALAVRAS
Tenho apenas palavras para lidar com a vida.
Mas todo dizer dos signos e símbolos não traduzem sentimentos ou pensamentos. Apenas resistram seu próprio jogo que, de algum modo, é uma forma de silêncio, um quase desespero, que me permite fugir de mim mesmo.
sábado, 29 de agosto de 2020
O MAR
O que é o mar além de um estranho deserto fluido
Onde nos perdemos da terra firme?
O que é o mar além de uma imensidão incerta e devoradora,
Onde todas as certezas se afogam?
Onde tudo é quase impossível,
É a realidade jaz submersa?
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
POESIA E GEO FILOSOFIA
" É difícil compreender como o limite morde imediatamente o infinito, o ilimitado. E todavia, não é a coisa limitada que impõe um limite ao infinito, é o limite que torna possível uma coisa limitada."
Deleuze & Guattari um O que é a Filosofia
Uma política da alegria e dos corpos, como nos inspira Espinosa, pressupõe rupturas assignificantes, uma quebra das referências vigentes, dos assujeitantes, que, através dos dispositivos de saber e poder, nos prendem no aquário do tempo presente .
Uma política da alegria pressupõe a embriaguez do riso e do assombro, que nos lança ao movente, a inumana potência dos acontecimentos, das intensidades, linhas e planos, através dos múltiplos que definem a terra como território desterritoriarizante contra o sedentarismo de nossos hábitos, do dito e do visível que nos levam a aventura da caosmose incessante .
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
QUEM SOMOS NÓS?
Os atos cotidianos de fala definem em mim uma terceira pessoa,
Uma paisagem dentro do meu rosto,
Que inibe o resto do corpo,
No dizer me que aprisiona ao mundo,
Ao tempo e ao absurdo de mim mesmo,
Que se inventa no encontro com os outros.
Afinal, quem somos nós na tempestade do mundo?
EXISTO
Existo incerto
Entre o ontem e o amanhã,
Existo exausto no presente
Que me escapa sempre.
Existo na inquietude que me transborda e define
Entre o nascimento e a morte.
Existo onde não tenho lugar,
Onde persiste o tempo,
Onde não há um lar.
Existo contra mim mesmo.
sábado, 22 de agosto de 2020
CAOS , CORPO E LIBERDADE
Sou um corpo feito de mundos,
Um segundo de natureza
Enterrado na vida,
Na beleza do nada
Que nos faz vir a ser.
Nenhum princípio me define,
Tudo persiste,
Através de mim
Entre o caos e a liberdade
De provisoriamente existir.
terça-feira, 18 de agosto de 2020
PENSAMENTO E EXISTÊNCIA
Como conter ou
cometer
Um ato
De existência?
Como saber o corpo
Em inerte movimento
De pura imanência?
Como soltar sobre si mesmo?
Eis a mais radical questão
Do pensamento que se faz afeto
E imanência,
Que cria existência .
quarta-feira, 5 de agosto de 2020
A RAZÃO DOS CEGOS
O corpo vê;
Mas o pensamento enxerga,
Inventa contra intensidade da imagem,
A prisão das significações .
Através do pensamento
Somos todos cegos
Na escuridão da verdade
E na miséria das convicções.
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