quarta-feira, 8 de julho de 2020

CORPOREIDADE

CORPOREIDADE

O corpo é uma composição ,

Um encontro de moléculas, 

Células.

Lugar comum de órgãos, 

Que não da conta de mim.

Onde eu não existo,

Onde há apenas

O dentro e o fora do mundo

Que me faz nada.

O corpo não tem limites

Como desejo, pensamento 

E materialidade...

quinta-feira, 2 de julho de 2020

DIZER CORPO

Há o dizer corpo
Que escapa a palavra, 
A miséria do discurso.
É  um dizer afeto,
Minoritário, 
Quase um gesto, 
Um movimento
Dentro do silêncio 
Além do verso.

DESTERRITORIARIZAR

Perdi meu rosto,
Destruí a prisão do eu
Me perdendo no meio das coisas.
Sou corpo dentro de corpos, 
Afetos em movimento,
Jogo de forças, 
Dilaceramento,
Reinvenção de um porvir perdido.
A existência é música,
Desaparecimento.

sábado, 27 de junho de 2020

CONTRA MUNDO

Vivo de um desencontro comigo
Através  do mundo ,
Existo em deslocamentos silenciosos
Através de inércias 
Que me fazem puro movimento,
Contra mundo.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

A SOLIDÃO

A solidão é uma perda de mundo,
Um silêncio que invade a palavra
Na ausência de si mesmo.
A solidão é  o mais autêntico estado de consciência.
É uma forma de desabitar a vida
Na atrofia do desejo.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

EU QUASE NÃO EXISTO

No fundo eu quase não existo.
Sou feito do mundo
Que me invade e sufoca
Como linguagem e  consciência
Eu quase não  existo.
Sou mera expressão do desejo
Que faz o mundo.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

A PERDA DO MUNDO

Vivemos um tempo sem glória,
Sem brilho,
Quase invisivel,
Onde a vida nua
Exibe o desvelor do mundo.
Um mundo que já foi perdido,
Que quase não existe,
E segue contemporâneo
Da pior versão do nosso passado.
Um mundo que não tem alma,
Que não tem mais forma,
Onde esperamos ansiosos
Pela redenção de um  desastre.

domingo, 21 de junho de 2020

SER LIVRE

Quero ser livre,
Livre em qualquer liberdade
Que não cabe em palavra,
Que não foi inventada,
E escapa a todo discurso de liberdade.

Quero ser livre,  intenso e louco.
Livre no mais profundo sentido
Dos meus instintos.

Livre de um modo
Que não cabe no mundo.

sábado, 20 de junho de 2020

POEMA PODRE

Faz algum tempo que o mundo,
O pensamento e  minhas certezas
Perderam o sentido.
Faz algum tempo que tenho nojo,
Asco de ser e acontecer
Onde toda expressão do viver
Tem gosto de algo podre,
De opressão, 
De vida perdida.

O ENIGMA DO ARCO IRIS

Saber um dia um arco íris no céu, 
Como se toda eternidade invadisse os olhos.
Saber a vida mais intensa que minha existência.
Viver qualquer experiência onde meus pés  provem a terra com gosto de céu.