A banalidade mágica do dia que amanhece
Encanta a paisagem.
Tudo participa do espetáculo da manhã surgente.
A aurora está em cada detalhe .
Posso senti-la no cheiro de café fresco que perfuma a casa
Ou no meu corpo recém desperto
Ainda pesado de preguiça
A enfrentar o banho.
Estar novamente desperto e ativo
É me render a roupa que me espera
Para me acompanhar pelo resto do dia.
Ela me diz que o amanhecer é livre,
Mas não há liberdade na rotina e nas horas.
Mas isso pouco importa agora.
Nada parece definido, previsível,
No rito de despertar,
onde o futuro encontra o presente
No brilho do sol
Através do infinito do céu e do mar.
Lá fora, hoje talvez,
Permaneça dentro de mim
um gosto de aurora.