Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
O DENTRO E O FORA DA CONSCIÊNCIA
A consciência não é algo que se
possui. Ela nos acontece como um dentro que é fora e um fora que é dentro.
Ela acontece no corpo dentro de
um ambiente. Ela é o saber de um lado de fora onde nos tornamos de um lado de dentro um outro entre
os outros.
A consciência é uma forma de despersonalização.
É um equivoco associa-la a um eu como se fosse uma “coisa”. Ela é um processo
que produz o mundo, que permite a invenção de uma espécie de geografia
existencial que se materializa em nossos atos linguísticos.
A consciência é um acontecimento coletivo. Minha consciência
pressupõe e acontece através da consciência dos outros.
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
terça-feira, 25 de setembro de 2018
SOBRE DESEJO E VONTADE
Desejo é essencialmente querer,
enquanto a vontade é um movimento concreto em direção a este querer. Não há, portanto, oposição entre desejo e
vontade, mas uma complementação.
Pode-se dizer também que o desejo
é algo que nos atravessa, ele é paixão e fantasia e possui autonomia em relação
a nossa consciência. Já a vontade pressupõe intencionalidade e estratégias.
De modo bastante sintético, diria
que o desejo é a experiência que antecede o ato da vontade. Tais categorias
remetem ao sujeito como máscara e função de uma consciência que deliberadamente
busca o prazer, já que se define em função de um corpo que sente que precisa de
um exterior para manter a si mesmo.
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
EM TORNO DE ALÉM DO BEM E DO MAL: UM PRELUDIO A UMA FILOSOFIA FUTURA
Publicado originalmente em 1886,
em uma pequena edição bancada pelo próprio autor, Além do Bem e do Mal, cujo subtítulo é Preludio a uma Filosofia Futura, ocupa lugar de destaque na obra de Nietzsche. Pode
mesmo ser considerada a mais perfeita síntese de suas formulações maduras.
Antes de tudo, trata-se de um
livro anti-moderno em suas criticas ao historicismo, a democracia parlamentar,
a objetividade científica e a ideologia do progresso, temas tão em voga entre
os eruditos oitocentistas. Conforme informa o prefácio de 1885, o livro é dedicado a critica
ao dogmatismo que remonta a doutrina Vendana na Asia e ao Platonismo na Europa,
atravessando os séculos em variações sobre o mesmo tema, como um sono
insano que coloca aos contemporâneos o desafio da vigília.
Como Nietzsche coloca no aforismo
199 do capítulo V: A História Natural da Moral, desde que existem homens
existem rebanhos, estabelecendo a obediência como um componente inato ao
comportamento social, como um verdadeiro instinto gregário.
Por isso a persona do filosofo é visto por ele
como a má consciência de seu tempo, um homem do amanhã e do depois do amanhã. Sua
grandeza reside em poder ser múltiplo e inteiro, vasto e pleno em sua solidão.
O filosofo represente a vontade de potência, a terra por vir, ou uma outra Europa,
sendo fiel as expectativas do autor.
O DIZER DO INDIZÍVEL
Tenho buscado uma linguagem selvagem onde a expressão transcende a descrição. Onde o sentido é produto de um desencontro entre significante e o significado e o próprio dizer é vazio.
Procuro escutar os muros onde todos os ouvidos são surdos. Sonho com o dia onde nenhum discurso possa ser reduzido à informação.
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
LIBERDADE LINGUÍSTICA
Sou menor do que o roto do meu discurso torto.
Mas não pretendo a ilusão de obter nomeada,
De ser um sobrenome.
O dito sempre contraria o vivido
E se perde em interpretações.
Não quero ser o predicado de mim mesmo,
Não me fazer escravo de qualquer discurso.
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
INDETERMINAÇÃO ONTOLÓGICA
Não sou aquele que fala,
Aquele que sente,
Deseja ou pensa.
Não sou aquele que habita um eu
Muito menos sou este eu,
Que foge,
Que busca,
Que quase acontece,
Que quase enlouquece.
Que quase enlouquece.
Sou uma multiplicidade de coisas diversas
Conjuntadas em um corpo orgânico.
Não há consciência do que sou
Que não seja ilusão de mim.
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
IMPESSOALIDADE
"Se treinamos nossa consciência, ela beija enquanto nos morde."
F. Nietzsche in Além do bem e do mal
Nossa singularidade ontológica pressupõe em si todo o devir de nossa condição humana. É perpassada pela experiência do mundo vívido como consciência e ato.
A densidade e intensidade de nossos afetos mais genuínos nos consome através de uma vontade criadora e impessoal que é a própria vida.
Somos através da indeterminação do intempestivo que prova o tempo povoando espaços. Em tudo somos a incerteza de nosso próprio movimento como autores e intérpretes de nós mesmos. Talvez seja o mundo que exista através de nós e não nós que existimos através dele.
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
SEREMOS SEMPRE CRIANÇAS
A infância é a experiência dos afetos e da consciência como atos de imaginação e vivências. Ela define todas as idades do corpo.
No fundo não passamos de crianças deformadas pelo peso do tempo. Envelhecemos reinventado infâncias no lúdico encanto da vida configurado pela experiência de nossas emoções, das intensidades do sentir como forma de pensamento não representativo ou, simplesmente, expressão de encantos e encontros que nos definem os anos.
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