Desafiar a lógica e o senso comum é reduzir ao absurdo nosso ordinário sentimento
de mundo. Trata-se de um questionamento sobre o “fazer-sentido” das coisas. Afinal, a razão
não passa de um artifício humano e não
uma propriedade da realidade.
Nossa capacidade de cognição, de inventar esta realidade, nunca deve
tentar reduzir tudo o que existe aquilo que podemos conceber. Em contrapartida devemos
com a mesma ousadia duvidar de nossas imaginações. Estas são mais perigosas do
que nossas razões, considerando todos os absurdos que já foram cometidos ou
ditos em nome de qualquer metafisica.
O alcance de nossas realizações e ações possuem limites, mas não é prudente substitui-los por delírios megalomaníacos
onde somos parte de um cosmos ordenado que só existe em nossas limitadas
cabeças.
A vida é essencialmente caos, um caos que muito precariamente somos
capazes de apreender. E nunca seremos capazes. Por maiores que sejam os avanços
tecno científicos sem superarmos nossa condição humana.