Em nossas vidas pessoais reproduzimos padrões coletivos. O
sentimento de nossa individualidade se confunde com a angustia diante do fato
de que tudo aquilo que nos oferece o coletivo é o escurecer de nós mesmos enquanto trágica experiência do gênero humano.
Quanto maior nossas certezas sociais, nossa vontade de realizar e bem servir ao
mundo, maior é a máscara que vestimos
contra a angustia de nossa individualidade frente o irracional acontecer da
espécie humana.
A individualidade é aquilo que nos mata e, ao mesmo tempo,
nos define a vida, como finitude e desafio. Viver de verdade é uma arte que
ainda não inventamos. Por enquanto temos apenas a lucidez absurda dos loucos
contra o lugar comum de nossas vidas vazias
e moldadas pelo bom trato social.
Mas nada é aquilo que parece ser. E a solidão ´´e o que nos
esclarece o rosto contraposto ao espelho vazio dos outros.