sábado, 24 de maio de 2014

AS IMAGINAÇÕES DO PASSADO E A DESCONSTRUÇÃO DO FUTURO

As imagens de um passado que não vivemos são como o testemunho de um sonho distante.
Falam da pálida vida dos tempos coletivamente vividos do qual de nenhuma maneira já não nos sentimos parte.
A morte do passado agora confunde-se com a decadência da memória como forma de codificação do mundo vivido.


A narrativa historiográfica encontra sua contemporâneidade na capacidade de despertar nossas imaginações
para o inteiramente outro de lugares e pessoas no tempo com os quais já não buscamos qualquer identidade.


Desdenhamos o passado na medida em que nos libertamos das autoritárias utopias e projetos de um futuro que, agora sabemos,
jamais chegará.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

SINGELA OBSERVAÇÃO SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO

Cada indivíduo possui uma espécie de comportamento padrão.  Normalmente, por exemplo, tendemos a cometer os mesmos erros a vida toda motivados por uma irracional convicção de que da próxima vez será diferente...

As justificativas e explicações de uma pessoa para seu próprio comportamento nunca devem ser levados em consideração. Pois sempre acreditamos que estamos certos. Principalmente quando estamos errados.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A MELANCOLIA DE UMA TARDE MORNA

Sofro o tédio e a melancolia de uma tarde morna
Onde o tempo parece estático
E as vontades desmaiam em preguiça.

Nada acontece e a vida segue vazia
Em suas despropositais rotinas
Enquanto um acaso de sonho
Espera o futuro na esquina.

Mas nada acontece...
Tudo é tédio e pouca poesia.

domingo, 18 de maio de 2014

ELOGIO AO CAOS

Peridiocidade e irregularidade definem a ordem do caos,
o bater contínuo de um coração humano,
cuja vida confunde-se com nossa existência.

A realidade é feita da inércia das percepções.
Precisamos reaprender a pensar,
saber o aleatório e o caos
como uma estranha condição
da percepção das coisas.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

VERDADE E FILOSOFIA DA LINGUAGEM

“No mundo, tudo é como é, e tudo ocorre como ocorre;
Nele não há nenhum valor.”

LUDWIG WITTGENSTEIN


Cotidianamente reproduzimos enunciados metafísicos logicamente falhos e sem suporte de experiência. Partindo do pressuposto de que a linguagem molda, a verdade não passa de um ato linguístico arbitrário e injustificável cuja  funcionalidade é tornar a vida comum possível.

Não cabe a filosofia ocupar-se de questões abstratas e vazias como o valor da vida e o significado da existência humana, mas apenas corrigir nossos equívocos na descrição do simples acontecer do mundo.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

PARADOXO

O paradoxo é a transcendência do senso comum através da justaposição dos contrários. Um recurso corrente nas descrições das situações limites da microfísica de nosso sentimento de mundo.

Pessoalmente acredito que o dizer das coisas através do paradoxo é a melhor forma de expressar as desconstruções cotidianas da existência. Pois a vida não é precisa nem objetiva.
Ela é essencialmente susto , espanto e aleatório  movimento...

terça-feira, 13 de maio de 2014

O ABSURDO COMO PRINCÍPIO

Sei que o universo não passa de uma sequência de acidentes encadeados que geram este ilimitado caos que conhecemos como realidade. Indo ainda mais longe, penso que a condição humana, mais do que qualquer outro fenômeno na face da terra, define o absurdo que funda tudo aquilo que existe ou tudo aquilo que, simplesmente, somos capazes de perceber.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

NOVÍSSIMO NARCISISMO

Eu me vejo no espelho hoje
como não via antigamente.
Não sei alí apenas um rosto,
mas o contorno e o esboço
de um território vivo
de carne e osso
que me olha de volta
como se fosse
um outro,
como se fosse um eu
que não me percebe
mimético.

domingo, 11 de maio de 2014

A VIDA COMO ENIGMA

Para mim,
o essencial não é saber
se serei feliz ou triste,
mas que não viverei
uma vida óbvia.


Quero saber a existência
como um desafio,
um problema.


Sou destes
que detestam o tédio,
que transformam o cotidiano
em enigma.

terça-feira, 6 de maio de 2014

AQUELA RUA


Aquela rua de tantas memórias
Hoje já não me conta lembranças,
se quer me  reconhece
ou se oferece em seus endereços.

Todas as suas portas agora
me são estranhas,
Todos os rostos que lhe frequentam
me ignoram.

O tempo, simplesmente,
me apagou daqui
sem eu se quer saber
a realidade de um adeus.