Sei que o universo não passa de uma sequência de acidentes encadeados que geram este ilimitado caos que conhecemos como realidade. Indo ainda mais longe, penso que a condição humana, mais do que qualquer outro fenômeno na face da terra, define o absurdo que funda tudo aquilo que existe ou tudo aquilo que, simplesmente, somos capazes de perceber.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
terça-feira, 13 de maio de 2014
segunda-feira, 12 de maio de 2014
NOVÍSSIMO NARCISISMO
Eu me vejo no espelho hoje
como não via antigamente.
Não sei alí apenas um rosto,
mas o contorno e o esboço
de um território vivo
de carne e osso
que me olha de volta
como se fosse
um outro,
como se fosse um eu
que não me percebe
mimético.
como não via antigamente.
Não sei alí apenas um rosto,
mas o contorno e o esboço
de um território vivo
de carne e osso
que me olha de volta
como se fosse
um outro,
como se fosse um eu
que não me percebe
mimético.
domingo, 11 de maio de 2014
A VIDA COMO ENIGMA
Para mim,
o essencial não é saber
se serei feliz ou triste,
mas que não viverei
uma vida óbvia.
Quero saber a existência
como um desafio,
um problema.
Sou destes
que detestam o tédio,
que transformam o cotidiano
em enigma.
o essencial não é saber
se serei feliz ou triste,
mas que não viverei
uma vida óbvia.
Quero saber a existência
como um desafio,
um problema.
Sou destes
que detestam o tédio,
que transformam o cotidiano
em enigma.
terça-feira, 6 de maio de 2014
AQUELA RUA
Hoje já não me conta lembranças,
se quer me reconhece
ou se oferece em seus endereços.
Todas as suas portas agora
me são estranhas,
Todos os rostos que lhe frequentam
me ignoram.
O tempo, simplesmente,
me apagou daqui
sem eu se quer saber
a realidade de um adeus.
segunda-feira, 5 de maio de 2014
SOBRE SER MAIS DO QUE UM ROSTO
Poucas pessoas se dedicam a escuta de suas proprias e cotidianas palavras.
Se reconhecem tão facilmente em suas frases e formas cotidianas de dizer
qualquer coisa, que se tornam duvidosas;
a aventura se se descobrir como indivíduo, depende do quanto questionamos
quem cotidianamente somos em defesa da vitalidade de tudo aquilo que, gostando ou não,
estamos sempre nos tornando.
DUVIDAR DE TUDO
Já estive certo de muitas mentiras
e equivocado sobre muitas verdades.
Só me senti seguro enquanto tinha dúvidas
e crticava o sonho da realidade.
Sempre vivi desfeito e inquieto
em meio ao devir das coisas
e a elementar incerteza
de minhas circunstânciais escolhas.
e equivocado sobre muitas verdades.
Só me senti seguro enquanto tinha dúvidas
e crticava o sonho da realidade.
Sempre vivi desfeito e inquieto
em meio ao devir das coisas
e a elementar incerteza
de minhas circunstânciais escolhas.
domingo, 4 de maio de 2014
IMPULSIVIDADE
Vivemos todos de incertezas.
Não podemos saber o futuro.
Muito mal dominamos
o próprio passado
enquanto tropeçamos
no exercício diário
do tempo presente.
Viver é um estado de risco.
Por isso
em tudo que faço
não me preocupo
em definir justificativas
ou motivos.
Sou movido em tudo
pelo simples impulso
de estar vivo.
Não podemos saber o futuro.
Muito mal dominamos
o próprio passado
enquanto tropeçamos
no exercício diário
do tempo presente.
Viver é um estado de risco.
Por isso
em tudo que faço
não me preocupo
em definir justificativas
ou motivos.
Sou movido em tudo
pelo simples impulso
de estar vivo.
sábado, 3 de maio de 2014
EXISTIR É UM EXERCÍCIO SIMPLES DE PRAGMATISMO
Estava a espera
da distração da realidade
para reencontrar
um sonho antigo.
Mas sei que o mais radical ato
de viver
é apenas continuar respirando
e sentir o coração
batendo no peito.
da distração da realidade
para reencontrar
um sonho antigo.
Mas sei que o mais radical ato
de viver
é apenas continuar respirando
e sentir o coração
batendo no peito.
domingo, 27 de abril de 2014
ATRAVÉS DA REALIDADE
"A prova de uma inteligência de primeira ordem é que ela seja capaz de fixar-se sobre duas ideias contraditórias , sem perder, por isso, a possibilidade de funcionar. Deveria, por exemplo, poder compreender que as coisas não deixam de esperanças e estar, no entanto, decidida a mudá-las." FRANCCIS SCOTT FITZGERALD
A realidade está em tudo aquilo que sinto e sei dentro de mim como palavra, imagem e pensamento. Ela não existe como algo alheio ao observador. Ao contráriio, ela está sempre no abstrato sentir dos olhos que desenham a paisagem.
Por isso, pouco me importa saber a realidade. Quero apenas desvendar o ato de vive-la provisoriamente no tempo e no espaço.
De resto, sigo indiferente aos fatos passeando no abstrato devir do pensamento solto.
H. L. MENCLEN E O JORNALISMO LITERÁRIO
Henry Louis Mencken ( 1880-1956) foi uma das grandes vozes do jornalismo norte americano das primeiras décadas do século XX destacando-se pelo seu espirito critico e satírico. Sua prosa pode ser definida como uma espécie de jornalismo literário que não encontra qualquer paralelo nos dias de hoje. Vale a pena aqui relembrar um fragmento de um de seus artigos sobre religião publicado originalmente em 1922:
"Não. Não há nada ostensivamente digno a respeito de idéias religiosas. Só conduzem a uma espécie curiosamente pueril e tediosa de asnices. Na melhor das hipóteses, são compiladas de metafísicos, ou seja, de homens que devotaram suas vidas a provar que dois vezes não são sempre ou necessariamente quatro. Na pior das hipóteses, cheiram a espiritualismo ou a cartomancia. Nem há qualquer virtude visível nos homens que as comercializam profissionalmente. Poucos teólogos sabem alguma coisa que valha a pena, mesmo sobre teologia, e poucos deles são honestos.Pode-se perdoar um comunista ou coletor de impostos na suposição de que há em suas glândulas endócrinas, e receitar-lhe um inverno no Sul da França para curá-lo. Mas o teólogo médio é um sujeito corado, robusto e bém alimentado, sem nenhuma desculpa discernível em patologia. Ele dissemina a sua cantilena, não inocentemente, como um filósofo, mas maliciosamente, como um político. Num mundo bém organizado, ele estaria na enxada. Mas, no mundo em que vivemos, temos que ouvir o que ele diz, não apenas educada e reverentemente, mas babando de boca aberta. " IMUNE by H.L. MENCKEN in O LIVRO DOS INSULTOS DE H.L. MENCKEN, seleção, tradução e prefácio de Ruy Castro. SP: Companhia das Letras, 1988, p. 72
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