segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O DIA QUE NÃO FOI

E o dia
Foi apenas silêncio,
Um retalho de tempo
Sem valor
Do qual
Já não me lembro.

O dia quase
Não aconteceu.
Deu-se em silêncio,
Deu em nada
E nem disse adeus.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

TEMPO QUE PASSA

Que o tempo passe
Depressa,
Que arda e desfaça
A pressa
Cotidiana e incerta,
Que nos lança
Aos abismos
Dos nossos futuros,
Aos vazios dos
Amanhãs pendentes
No qual se desfaz
Meu ego urgente.


A REALIDADE OSCILANTE

Nunca sabemos a diferença entre aquilo que na meta gramática das coisas nos diz a realidade. Sabemos apenas suas representações em nosso intimo construídas como significações e orientação de certeza. Mas esta grande invenção humana chamada realidade, que perpassa todos nós é mais ampla e rica do que o concebível por cada indivíduo. Em outras palavras, interagimos todos  no escuro e quase não nos vemos nas tantas possibilidades da existência na pouca e cotidiana vida que nos leva.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

DESENCONTRADAS PALAVRAS

Desencontradas,
Nossas palavras cruzadas,
Rasgaram o acaso
Impondo significados ao silêncio,
Revelaram os abismos ditos
Em revelações de vazios.
Esgotamos, então, a realidade
No desconcerto do verbo
Das esperanças e sonhos
Que mau nos aqueciam
Em meio ao frio
De tanta gramática.

PALAVRAS E SENTIMENTOS DAS COISAS

Palavras escrevem momentos
Que correm contra o vento
Dizendo sentimentos
Que se apagam,
Que passam efêmeros
Como a própria vida.
Tão pouco  real
É nosso dizer das coisas,
Nossa inquietude de querer
E buscar
O mais profundo da existência.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O TEMPO QUE EU QUERO

Quero viver
De um tempo
Que me sustente
Os anos,
Que me reinvente
A cada dia
O possível da existência
Sem o peso de tudo
Que me parece estranho,
Contrario ao acaso
Que me sustenta a vida.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

QUASE ALÉM DAS PALAVRAS

Assombra-me o transbordamento da letra, do pensamento que sente a palavra que rasga no texto o abstrato de uma angustia.
Mas sentir é tão pouco diante das coisas que ganham lugar em meu desassossego, que permaneço perplexo e neutro diante do incomunicável de perceber-me vivo...

terça-feira, 29 de outubro de 2013

MALOGRO

Nada que penso ou espero
Da voz aos meus sentimentos
De mundo e de vento.
Todas as minhas imaginações
Estão caladas,
Todos os meus caminhos
Quebrados.
Retorno mudo ao ponto
De partida,
Aos questionamentos iniciais.
Pois tudo deu em nada
No inacabado das iniciativas...

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ILUSÕES DE MUNDO



Desencontrado do mundo
E degredado de mim mesmo
Faltei ao encontro
Com a vida,
Apaguei passados
E queimei futuros
Esquecido de tudo
No lugar nenhum
De meus tempos quebrados.

Prefiro estar apartado,
Provisório e impreciso.
Seguir contrariado e ao contrário
Até o limite das insatisfações,
Até o turvo da consciência
O absurdo das conseqüências
E o definitivo fim
De todas as ilusões.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

DESCONSTRUCIONISMO

Não quero mais saber
Da caduquice do mundo,
Dos limites de cada pessoa
Em meio ao caos
Dos atos e fatos
Que decoram de pesadelo
O absurdo do mundo.
Quero paz e silêncio
Na desconstrução de tudo.