O grande problema da subjetividade é sua própria ultrapassagem, a constatação pura e simples de sua virtualidade.
@
O sujeito é uma conveniente ilusão cognitiva.
Portanto, todo pensamento dever tornar-se descontínuo,
Fragmentado e contraditório.
@
O mundo não é como o vemos ou concebemos, mas somos como vemos o mundo.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
CISCO
Há um cisco
Na palavra aberta
Nesta folha de papel.
Algo não faz sentido
E nisso reside
Todo significado do mundo.
O cisco é claro.
Apenas a palavra
É turva.
Palavra
Que se perde na voz
Das pessoas,
Alheia a si mesma,
Sem consciência das coisas.
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
ANOITECER
Solitário diante
Do desaparecer da tarde
Espero a noite chegar
Para abrandar
A febre do querer
Que me consome o desejo,
Que me rouba imaginações
E futuros.
Preciso dormir
Tão profundamente
Quanto sonha um morto.
Aceitar minha dor
E meu rosto.
Do desaparecer da tarde
Espero a noite chegar
Para abrandar
A febre do querer
Que me consome o desejo,
Que me rouba imaginações
E futuros.
Preciso dormir
Tão profundamente
Quanto sonha um morto.
Aceitar minha dor
E meu rosto.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
O NONSENSE DO ENIGMA COMO LINGUAGEM
O silêncio de uma mensagem codificada é o que define um enigma. Ele pressupõe um sentido oculto ou destinado a um entendimento restrito e seletivo. Trata-se aqui do ”dizer fechado”, de um significado invisível, que não se reduz a uma simples charada.
Ouso aqui afirmar que o enigma pode ser, em outras palavras, uma modalidade de linguagem, de codificação de mundo, onde a pragmática do discurso é substituída pela sua desfuncionalidade quase alegórica. Assim, nos comunicamos substituindo aquilo que queremos verbalizar por enunciados diversos cuja referência a nossos reais afirmações só pode ser alcançado de modo intuitivo ou associativo.
Evidentemente expresso aqui uma imagem bem heterodoxa e subjetiva do enigma. Mas o fato é que não raramente somos vitimas deste tipo de jogo de linguagem, ou “dizer psicologizado” onde o interlocutor deliberadamente procura nos comunicar alguma coisa de modo sutil e dissimulado fazendo referência a outra.
Eis um pequeno exemplo: Imagine alguém dizendo que se sente profundamente sozinho justamente para aquela pessoa a qual se julga enamorado.
Se para o leitor tal estratégia pode ser reduzida pura e simplesmente a um simples artifício de dissimulação muito simpático a imaginação feminina, o fato é que há um algo mais aqui. Muitos interditos condicionam a cotidiana arte da conversação. Não somos livres para falar tudo o que pensamos e utilizamos um outro de nossos enunciados para dizer aquilo que não nos é confortável dizer claramente. É assim que penso o enigma como uma modalidade de linguagem fundada no não ser, se é que cabe aqui o termo, de nossas palavras.
Muitas vezes não dizemos o que queremos, mas apenas aquilo que sob certas circunstâncias nos foi possível dizer. Sempre que o fazemos utilizamos o enigma como linguagem, mesmo que nossos interlocutores, para o bem ou para o mal, não sejam capazes de compreender o paradoxo do dizer não dito.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
NOTA SOBRE O INCOMENSURÁVEL DOS ATOS E PALAVRAS
Pouco temos controle sobre as nossas vidas, sobre o nosso destino ou a intencionalidade de nossos atos. Tudo cedo ou tarde contraria nossas expectativas, segue o sem rumo das situações naufragas que colecionamos ao longo do tempo.
Tudo que fazemos ou dizemos comporta mais significados e interpretações do que a migalha de intenções escritas em nossos encaminhamentos conscientes.
Tudo que fazemos ou dizemos comporta mais significados e interpretações do que a migalha de intenções escritas em nossos encaminhamentos conscientes.
EVASÃO E SOLIDÃO
As coisas acontecem fora de mim e a minha revelia, me envolvem em sequencia de eventos e pessoas que aos poucos esboçam a trama da existência. Entretanto, em nada que acontece impera qualquer propósito ou sentido. Tudo ostenta um significado fraco que não sustenta se quer uma certeza magra.
Melhor seria estar longe... Apartado de tudo, livre de pessoas ou pensamentos, em contemplação efêmera do mundo. Bom seria não estar por perto, não estar longe, ser apenas esquecimento em algum lugar indeterminado e impreciso em algum canto escuro do meu próprio eu.
Melhor seria estar longe... Apartado de tudo, livre de pessoas ou pensamentos, em contemplação efêmera do mundo. Bom seria não estar por perto, não estar longe, ser apenas esquecimento em algum lugar indeterminado e impreciso em algum canto escuro do meu próprio eu.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
CONTRA O FUTURO
Sei que o dia seguinte
Não será outra coisa além
Da maior incerteza
Do dia anterior.
Não saberei melhor
A vida ou as pessoas
Com o passar das coisas,
Nem me tornarei
Uma versão mais satisfatória
De mim mesmo
Não será outra coisa além
Da maior incerteza
Do dia anterior.
Não saberei melhor
A vida ou as pessoas
Com o passar das coisas,
Nem me tornarei
Uma versão mais satisfatória
De mim mesmo
terça-feira, 24 de setembro de 2013
O DESESPERO DA VONTADE
Quero que o tempo passe,
Que o pensamento
Me escape,
Que todas as coisas
Percam inteiramente
O sentido,
Até que eu consiga
Respirar
Sem tantas angustias.
Quero viver
Como se fosse outro,
Como se não fosse...
Escancarar portas e janelas
Para receber tempestades.
Que o pensamento
Me escape,
Que todas as coisas
Percam inteiramente
O sentido,
Até que eu consiga
Respirar
Sem tantas angustias.
Quero viver
Como se fosse outro,
Como se não fosse...
Escancarar portas e janelas
Para receber tempestades.
SOLIDÃO E SILÊNCIO
As janelas do apartamento
Estão fechadas.
Não quero saber nada
Sobre o mundo lá fora.
Prefiro fingir
Que toda realidade possível
É mínima e minha
Nesta pessoal fantasia
De individualidade e humanidade
Que sou.
Por favor,
Não me incomodem com jornais,
Questões sociais
Ou impasses de sociedade.
Não suporto perplexidade,
Pessoas e cidades.
Estão fechadas.
Não quero saber nada
Sobre o mundo lá fora.
Prefiro fingir
Que toda realidade possível
É mínima e minha
Nesta pessoal fantasia
De individualidade e humanidade
Que sou.
Por favor,
Não me incomodem com jornais,
Questões sociais
Ou impasses de sociedade.
Não suporto perplexidade,
Pessoas e cidades.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
A CHUVA
A chuva quebrou o encanto da tarde.
E eu,
Que já não pensava,
Que já não queria,
Que não mais sentia,
Chorei a dor
De todas as minhas ausências,
Solidões e impasses
Desfeito naquela chuva...
E eu,
Que já não pensava,
Que já não queria,
Que não mais sentia,
Chorei a dor
De todas as minhas ausências,
Solidões e impasses
Desfeito naquela chuva...
Assinar:
Postagens (Atom)