quinta-feira, 15 de agosto de 2013

LEMBRANDO ANA CRISTINA CESAR

A morte
É meu medo
Mais radical
E meu vinculo umbilical
Com a vida,
Minha vontade de encontrar
Ana Cristina Cesar
E reinventar sua ausência
Como minha mais radical
Possível existência.
A morte é o abismo.
Viver é a queda
Nos jardins
De flores do mal.

AUTOBIOGRAFIA POETICA

Palavras não me conformam,
Não dizem o vazio
Que me transcende e espanta,
Apenas brincam
Com o significado do nada,
Apenas retalham
Minhas falsas certezas
E revelam o absurdo
De minhas imaginações
Em festa.
Palavras não funcionam
Direito,
Não se conformam
A gramatica
Através dos versos.
Palavras não são brinquedo...

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

MINHA DOR

Sinto uma dor
Que não existe,
Mas me consome
Tão profundamente,
E me define
Tão precisamente,
Que chego até a pensar
Que é o mundo
Que não existe
Enquanto a dor inventa
Quem sou...

QUALQUER SILÊNCIO

Tem qualquer silêncio
Espetado
Em minha fala,
Qualquer vazio
Que me fere
E mata o tempo
Dos meus dias
Sem ventura e riso.
Qualquer tristeza
Que eu não sei o nome
Mas que me chama.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O SOSSEGO DA DOR

Cala vento!
Deixa a janela quieta!
Não acorda a dor
Que aqui dentro
Imensa
Pede silencio
Entre um gole e outro
De agonia.
Deixa a vida mansa
E inútil
Naquele canto escuro
De sala e melancolia.


MOMENTO TRISTE

Neste momento morno
Mato o tempo
Escrevendo a vida
Que não vivo,
Querendo qualquer
Outro dia
Onde eu respire os fatos
No sabor dos atos
E saiba sofrer
Cada desencanto
Como um  faço um poema
Inacabado.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

SEM EXPECTATIVAS

Dissociado e provisório
Vivo o suceder dos dias,
Os excessos de melancolia
E os abstratos questionamentos
Sobre o pouco da condição humana.
Não espero razões ou certezas
Que me sustentem o rosto
No passeio publico,
Muito menos o conforto
De um beijo sob o tumulto
Do meio dia.
Não espero nada
E, ao mesmo tempo,
Quero tudo que valha
Contra os ocasos
Dos meus lutos.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

CANTO DE NOITE

Qualquer canto de noite
Abriga
Meus silêncios,
Sorrisos quebrados,
Ausências,
Vazios
E desesperos contidos.
Qualquer canto de noite
Me abraça a sombra
Em festa de inquietações,
Gritos e desatinos,
Contra a vida morna
De todos os dias.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

DESPEDIDA

Rasguei
Os passados que nos prendiam
As inercias do futuro,
Fiquei decomposto
E vazio,
A espera, talvez,
Que o instante seguinte
Desfizesse o equivoco
De nossas compartilhadas
Memórias.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

DESILUSÃO

Quando o mundo
Acordou
Para os meus sonhos
Tinha abandonado
Minhas ilusões,
Já não precisava
Ser feliz
Ou acalentar certezas
No coração.
Precisava apenas
Erguer os olhos ao nada
E seguir sem rumo
Pelo deserto das imaginações.