O grande problema é que o desejo de um nunca será o espelho do desejo do outro. Tal premissa elementar dos relacionamentos humanos torna o compartilhar do mundo um labirinto de desencontros e deslocamentos no cotidiano exercício da gramatica dos desacordos.
As pessoas não se entendem pelo simples fato de serem indivíduos, mônadas, que apenas parcialmente se identificam uns com os outros. Neste sentido, estamos todos tragicamente condenados a certo sentimento de solidão.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
MATURIDADE PERDIDA
Bem dentro
De minhas infâncias
Reencontrei
O adulto que seria um dia.
Tanta melancolia
Guardava em teu rosto,
Tanto quebranto pesava
Em teu corpo,
Que não se via nele
Qualquer traço
De futuro.
De minhas infâncias
Reencontrei
O adulto que seria um dia.
Tanta melancolia
Guardava em teu rosto,
Tanto quebranto pesava
Em teu corpo,
Que não se via nele
Qualquer traço
De futuro.
terça-feira, 18 de junho de 2013
FALTA
A elementar falta
Que fatalmente
Me cala
Não cabe
Em todo meu silêncio,
No sofrimento
De viver em pedaços,
De ser em retalhos
No lixo de cada dia.
Que fatalmente
Me cala
Não cabe
Em todo meu silêncio,
No sofrimento
De viver em pedaços,
De ser em retalhos
No lixo de cada dia.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
DESALENTO
Chega um tempo em que a gente se perde da gente e revê a vida em suas urgências, em seus limites e insuficiências. Toda realidade então empalidece, vazia de verdades e sem o conforto de qualquer sentimento de mundo.
Tudo se perde em um grande silêncio, no improvável dos fatos e nas rubras vontades que se escrevem no rosto como um profundo cansaço de tudo.
Entretanto, seguimos pela existência. Mesmo que sem metas, objetivos ou futuros.
Seguimos aos tropeços...
Pura e simplesmente seguimos.
Tudo se perde em um grande silêncio, no improvável dos fatos e nas rubras vontades que se escrevem no rosto como um profundo cansaço de tudo.
Entretanto, seguimos pela existência. Mesmo que sem metas, objetivos ou futuros.
Seguimos aos tropeços...
Pura e simplesmente seguimos.
domingo, 16 de junho de 2013
ALEM DA CAUSA E EFEITO
Causas e efeitos
Já não explicam os fatos,
As atitudes,
Angustias e ânsias
Que nos definem
A condição humana.
Somos
Feitos de ventos,
De sementes de tempestades
E barulhentos silêncios.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
MENOS QUE O MUNDO
Cada vez menor
É o meu mundo,
Minhas possibilidades,
Meus sonhos
E minhas vontades.
Pouco cabe em mim
De realidade.
Tenho aos poucos
Ficado
Pelo caminho.
TRISTE POR DO SOL
Contemplando
O sol borrado
Que decorava
Uma tarde fria,
Revirei a vida
Através da memória.
Quase não me reconhecia
Em cada lembrança.
Habitava agora
O avesso de todas
As esperanças,
De todas as possibilidades,
No mais profundo
Desencontro de tempo e mundo...
O sol borrado
Que decorava
Uma tarde fria,
Revirei a vida
Através da memória.
Quase não me reconhecia
Em cada lembrança.
Habitava agora
O avesso de todas
As esperanças,
De todas as possibilidades,
No mais profundo
Desencontro de tempo e mundo...
DISTÂNCIA
Me faltam palavras
Para dizer
O mais obvio
De mim mesmo
Pois o essencial
Do fato de viver
Escapa
Na banalidade de tudo
Que existe
E me queima o peito.
Para dizer
O mais obvio
De mim mesmo
Pois o essencial
Do fato de viver
Escapa
Na banalidade de tudo
Que existe
E me queima o peito.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
NOVÍSSIMO QUIXOTE
A vida me deu
Apenas
O risco,
O grito,
O cisco no olho
E o horizonte fechado...
Apenas isso
Para enfrentar os dias
E sobreviver aos fatos
Como infante
E solitário sonhador.
Apenas
O risco,
O grito,
O cisco no olho
E o horizonte fechado...
Apenas isso
Para enfrentar os dias
E sobreviver aos fatos
Como infante
E solitário sonhador.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
EFÊMERO COTIDIANO
Torna-se
Cada vez mais
Difícil
Distinguir
O depois
Do ontem
Nas urgências fugazes
Do sempre igual
Do agora.
Consumido
Pelas minúncias cotidianas
Quase não respiro
O tempo...
Cada vez mais
Difícil
Distinguir
O depois
Do ontem
Nas urgências fugazes
Do sempre igual
Do agora.
Consumido
Pelas minúncias cotidianas
Quase não respiro
O tempo...
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