quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ENCONTRO

Ao nada

Me lanço

Indo ao teu encontro

Pelos vazios

Que inspiram

As mais intensas

Ilusões.

Não me importa

O certo

Ou o errado,

Os atos e os fatos.

Sei apenas as perdas

Escritas no deserto

De nosso olhar perdido

Um no outro.

GRITAM MIL VIDAS DENTRO DE MIM

Gritam mil vidas dentro de mim.


Todas em busca de qualquer outra

Existência

Que não seja a minha,

Qualquer outro dia,

Mundo, sentimento

E pensamento

Que não sejam os meus.



Gritam e berram ao vazio,

Ninguém as escuta

Ou sabe

As margens do tempo

E do existir das coisas.



Gritam mil vidas dentro de mim

E eu se quer escuto

O sussurro

Da minha própria vida.



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

INDIFERENÇA

Vejo o tempo


Mudar paisagens

E desfazer tudo aquilo

Que um dia nos pareceu

Verdadeiro e certo.



Vejo a vida acontecer

Através das pessoas

Dia após dia.



Mas nada me diz presente

Entre elas.

Apenas acompanho distante

Seus pequenos e cotidianos

Acontecimentos

Sem em qualquer momento

Esperar ser parte deles

Ou de qualquer coisa

Que me lembre

A ilegibilidade do mundo...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

SURPRESA

E de repente,


No inesperado

De um ato de acaso,

A vida arregala a existência

Nas cores vivas

De um grito,

Na ofuscação do brilho

Que nos inspira

Socos e pontapés

Contra a conservadora

Inercia

Dos fatos cotidianos.



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

AFORISMAS SOBRE A FALÁCIA DA FELICIDADE



A felicidade é uma folha em branco onde rabiscamos nossas ilusões.
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A lobotomia é a mais perfeita receita de felicidade.
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Sentir-se inteiramente completo e intenso no dia a dia é mais importante do que o cultivo inútil de utopias e felicidades.
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Não precisamos de felicidade para viver a vida em sua máxima intensidade.
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Não seja feliz, seja você.
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Viva para o agora e a margem das coisas no labirinto dos fatos sem qualquer segurança.
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A vida não da certo, ela simplesmente acontece pra valer. Você só precisa de coragem para  se arriscar nela.

TEMPO PERDIDO

O tempo parou


Diante do caos

Do simples agora,

Provou o gosto

Das coisas perdidas

E antigas

Até se desfazer

No eterno nada

Do mais simples

Silêncio

Indiferente a vida...

domingo, 2 de dezembro de 2012

O SOLITARIO FATO DE VIVER



Não importa
Quantas pessoas
Nos decoram os dias.
Viver
É um ato solitário,
Um constante dilema
Entre o eu e os outros
Frente ao qual
Qualquer resposta
Possível
É parcial e provisório
No acaso da existência.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

INDIFERENÇA

Indiferente,


A lua cheia decora

Entre nuvens

O turvo céu

De uma noite de inverno.

Ela se quer sabe

Minha existência

Como todas as coisas

A minha volta

Que com igual indiferença

Ignoram meu aqui, agora

E revolta.

Em cada palavra

Sou menos

Que o mundo,

Ilegível gota de acaso

Em forma de gente.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DESCOMPASSO

Habito defasadas paisagens biográficas


Entre restos de perenes felicidades

E amores perdidos.

Vivo vazio

No aguardo de futuros

que me abandonaram.

Quase não existo.

Mas que importa?

Sou o descompasso

Entre o meu rosto

E os fatos,

Um equívoco vivo

Que se perpetua

No tempo e no espaço.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O ESPANTO DA EXISTÊNCIA

A ilegibilidade da vida e o vazio da existência assombram nosso querer das coisas, contradizem nossas inúteis estratégias de felicidade fragilmente edificadas sobre a movediça areia dos acasos e destinos.
Somos em tudo tão minimamente prováveis no acontecer de vida que geralmente me espanta o simples fato de existirmos...