terça-feira, 4 de dezembro de 2012

TEMPO PERDIDO

O tempo parou


Diante do caos

Do simples agora,

Provou o gosto

Das coisas perdidas

E antigas

Até se desfazer

No eterno nada

Do mais simples

Silêncio

Indiferente a vida...

domingo, 2 de dezembro de 2012

O SOLITARIO FATO DE VIVER



Não importa
Quantas pessoas
Nos decoram os dias.
Viver
É um ato solitário,
Um constante dilema
Entre o eu e os outros
Frente ao qual
Qualquer resposta
Possível
É parcial e provisório
No acaso da existência.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

INDIFERENÇA

Indiferente,


A lua cheia decora

Entre nuvens

O turvo céu

De uma noite de inverno.

Ela se quer sabe

Minha existência

Como todas as coisas

A minha volta

Que com igual indiferença

Ignoram meu aqui, agora

E revolta.

Em cada palavra

Sou menos

Que o mundo,

Ilegível gota de acaso

Em forma de gente.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DESCOMPASSO

Habito defasadas paisagens biográficas


Entre restos de perenes felicidades

E amores perdidos.

Vivo vazio

No aguardo de futuros

que me abandonaram.

Quase não existo.

Mas que importa?

Sou o descompasso

Entre o meu rosto

E os fatos,

Um equívoco vivo

Que se perpetua

No tempo e no espaço.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O ESPANTO DA EXISTÊNCIA

A ilegibilidade da vida e o vazio da existência assombram nosso querer das coisas, contradizem nossas inúteis estratégias de felicidade fragilmente edificadas sobre a movediça areia dos acasos e destinos.
Somos em tudo tão minimamente prováveis no acontecer de vida que geralmente me espanta o simples fato de existirmos...

NOTA SOBRE AS GRAFIAS DA EXISTÊNCIA

Diversas são as possíveis grafias da existência. Todas elas, entretanto, insuficientes para domestica-la em sua insuperável falta de significado.

As teleológicas retóricas oferecidas pelas codificações humanas de mundo não transcendem o ilegível e o absurdo de nossas vivências cotidianas, não as tornam menos selvagens e aleatórias...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

INUTIL ROTINA

Mastigo a vida


Sem mesa posta

Na hora do almoço

Sem saber o sabor

Dos atos.


A rotina não tem gosto

No requentado tempo

De um dia após o outro...



sábado, 17 de novembro de 2012

NOTA SOBRE DEVIR E LEMBRANÇA



Ao contrário daquilo que normalmente se pensa,  lembranças não são uma matéria estática e fechada . Como tudo na existência  elas se transformam com o passar vadio do tempo, se modificam com a gente, revelando assim o passado como um fantasmagórico labirinto de imagens de nós mesmos  que a cada golpe de olhar nunca é o mesmo...   

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ACASO E SOBREVIVÊNCIA



As idas e vindas
Do acaso
Através  do tempo
Me conduziram
Ao lugar nenhum
De mim mesmo
Obrigando-me
A reinventar meu rosto
Na armadilha dos fatos.
Aprendi , assim,
A sombria arte
Da sobrevivência.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

BUSCA

Procuro meus lugares


Na diversidade da realidade,

Desencontro-me de verdades

Acolhendo vazios,

Para saber

A simplicidade

Do mais imediato

Acontecer da existência...