sexta-feira, 14 de setembro de 2012

NOTA SOBRE O PASSAR DAS COISAS

Sei apenas dos dias se entrelaçando no tempo na constante desconstrução e reconstrução de tudo que existe. Eis o espetáculo que me perece definir a existência no constante espanto de acontecer no mundo.

Nada mais que isso enquanto acumulo lembranças e silêncios no quase saber futuros,

Enquanto me torno eu mesmo nada mais do que uma simples lembrança...



terça-feira, 11 de setembro de 2012

A PLURALIDADE DO SINGULAR

A pluralidade do singular


É o que nos define

Em um mundo

De todos iguais...

Não mais coerências,

Identidades ou certezas

De ontem e de hoje

Para inventar

Qualquer amanhã.

Apenas o confuso

De nossas tantas

Vozes internas

Reinvindicando a paisagem viva

De mais um dia

Entre tantas pessoas

Que pouco enxergam

Umas as outras.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

AFORISMAS SOBRE ENCONTROS E DESENCONTROS

Só nos tornamos humanos através dos outros.

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Somos a soma de todas as pessoas que conhecemos.

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Há tantas pessoas em minha memória que há horas em que não me reconheço em mim mesmo...

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É a qualidade de nossos diálogos que nos definem a consciência.

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Somos objetos uns dos outros,

Pois o que somos não está

Em nós mesmos.

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Há mais distância entre as pessoas do que entre as estrelas, não importa o quanto elas se iludam próximas.

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Os outros são o que são, nunca o que precisamos, se assim não o fosse não dialogaríamos.

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Somos múltiplos, mas esperamos que as pessoas sejam unas.

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Quanto menos nos iludimos uns com os outros, mas profundos são nossos relacionamentos.

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As pessoas se entendem menos do que pensam.

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Normalmente em seus relacionamentos as pessoas querem receber mais do que podem dar.

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Não existe amanhã nos relacionamentos,

Apenas o agora.

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Relacionamentos são em geralmente marcados mais pelos seus desencontros do que pelos encontros. Afinal, as pessoas possuem uma tendência natural ao desentendimento.

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O sexo é a mais profunda forma de encontro entre as pessoas.

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A fantasia é a essência de todo relacionamento e da própria vida...

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Mesmo quando se amam, as pessoas não se amam o tempo todo.

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Relacionamentos não levam a felicidade, mas a delícia do inferno do constante confronto com o outro onde nos vemos no espelho.

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Relacionamentos são virtuais...

As pessoas são reais.

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Não espero nada das pessoas e muito pouco de mim mesmo.

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Em um relacionamento o certo e o errado de um e do outro se misturam se misturam no caos dos íntimos intercâmbios.

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Não escolhemos nossos relacionamentos. No fundo são eles que nos escolhem.





DUVIDA ONTOLOGICA

Tenho guardado dentro de mim


Milhões de emoções perdidas

No absurdo vazio da consciência.

As vezes

Quase me perco

Nelas

No não acontecer

Das coisas...


As vezes duvido

Da realidade

De mim mesmo

Perdido entre

Tanto mundo .

sábado, 8 de setembro de 2012

JANELAS DE MUNDO


Todas as coisas boas
Estão lá fora,
Jamais
Aqui dentro.

Todas as coisas boas
Estão no outro,
Jamais em mim mesmo...

Meus olhos colhem
O mundo
Na janela aberta
De todas as coisas
E ele não cabe
No mínimo
De minhas mãos...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

VENTO

...E tudo que agora


Vejo

No agitar-se do mundo

Não passa

De vento.

Vento que corre livre

Em todas as direções

Sem a ilusão

De lugar algum

Para ter acento...

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

INUTILIDADE

Provisoriamente perdido


Nos abismos da sorte

Busco-me na brevidade

De um instante

De puro vento

Inventando degredos

E segredos

No lugar nenhum

De mim mesmo

Plenamente ciente

Que nada me leva a nada.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

BUSCA

Busco a agonia


De algum futuro

Que inteiramente

Me preencha

De fogo e vida.


Busco a existência

Mínima e possível

Do mais viável

E simples

De um dia de sol...

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

FALTA

Falta ainda tanto tempo


Para o depois

Que o agora

Quase me afoga

Na estagnação de tudo.



Por hora

apenas

Quase não existo

Na falta...

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

DEVANEIO DE FIM DE TEMPO


Chega um  momento
Em que o futuro
Nos deixa
Simplesmente livres
Para provar o agora
E lamber o tempo
Como um sorvete
Em tarde de verão.

É quando tudo menos importa
E a impotência de nossos silêncios
Grita a vida
E nos faz vivos nos ecos
Da sombra das imaginações
Mais profundas...