Nos hiatos entre momentos, vivo o intimo de minhas percepções das coisas a ponto de deixar a existência em segundo plano. O mundo em volta parece agora uma opaca versão de si mesmo em meu eu perdido entre sensações, lembranças e tédios.
Afinal, já não me reconheço nas rotinas, nos lugares e pessoas que diariamente me frequentam o cérebro na celebração vazia do simples vivido.
Percebo que existo mais em lembranças e tempos mortos do que no presente que me devora e grita nas horas.
Tantos rostos me habitam, tantas pessoas/destinos me cruzaram o caminho e seguiram seu curso intimo de adeus, que já nem mais me sei...
O que sou hoje é a soma de minhas perdas, o desfazer-se constante de tudo aquilo que é...