quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

METAMORFOSES NATALINAS

Desde Marcel Mauss sabemos da importância da pratica da troca de presentes como uma componente relevante do imaginário das sociedades arcaicas e também de nossas sociedades contemporâneas.

Expressão da construção de vínculos e alianças, gostem ou não os religiosos, o arcaico costume da troca de presentes é, por exemplo, a essência da celebração contemporânea do natal. Trata-se hoje mais de uma data consagrada ao consumo e ao lazer do que propriamente uma celebração religiosa cujas origens remontam a antiga cultura pagã do norte da Europa. Prova disso é que o natal vem ganhando mundo a fora, formas cada vez mais heterodoxas de celebração. Talvez logo seja impossível falar do natal no singular....

Mas para ser breve, limitar-me-ei aqui a afirmar que nenhuma outra celebração rompeu tanto com suas formatações tradicionais e conservadoras e se reinventa nas metamorfoses da contemporaneidade do que o natal...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

DEVIR E EXISTÊNCIA


A existência
Me atravessa no tempo,
Passa através de mim
Em cada acontecimento
Que inventa o mundo,
Que me desfaz aos poucos,
Nas rotinas da casa e do rosto
Com os quais provisoriamente decoro
As inquietudes de minha intima finitude...

domingo, 18 de dezembro de 2011

NOTA SOBRE A CONDIÇÃO HUMANA

Tudo que temos é a aventura do aqui e do agora, o dia presente que nos acorda no auvoroço das horas que aleatoriamente preenchemos com atos sem direção. Existimos como um complexo conjunto de fenômenos físico-químicos projetados no abstrato de cada pensamento possível. Eis aqui o grande paradoxo da condição humana...

UM POEMA DE EMILY DICKNSON

“Senti na mente esta rasgadura-
Como se o cérebro se cindisse;
Tento acertar costura com costura,
Mas não há nada que as fixe.

O pensamento atrás com o adiante,
Em ajuntá-los me desvelo,
Mas a sequência se esfia sem que a alcance-
Tal qual no chão rolam novelos”

EMILY DICKINSON

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Como lidar com ateu???

OSCILAÇÕES

Nunca quis na vida



Ter tudo aquilo que quero,


Gasto o meu tempo


Tentando manter o que tenho


Contra os constantes furtos


Do passar do tempo


E surpreendentes variações


De mim mesmo...



CONDIÇÃO HUMANA

Somos feitos de desejos



Em uma vida inspirada


Pela realização


De pequenas vontades


Que nos definem


Em cotidiano e mundo,


Colecionamos ansiedades


Na brandura de imprescindíveis vazios...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

VIVENDO O VENTO


Meu futuro
Não existe
Foro do agora,
De seguir o vento
Colecionando rostos,
Memórias e lugares,
Até perder da vida
Todas as definições possíveis,
Através das vivencias múltiplas de um acaso
Quase infinito de imaginações e sombras.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

RETRÔ E CONTEMPORÂNEIDADE

Quando experimentado como uma modalidade de evasão do tempo presente, o passado, ou mais propriamente, sua vivência através de manifestações artísticas,  como aquela que tem lugar através do culto a filmes antigos, a música ou literatura de outras épocas, relativamente próximas ou muito distantes, constituem algo mais do que mera nostalgia. Personificam uma recodificação do agora e do próprio passado através da construção de um mosaico de referências simbólicas atemporais que desconstroem definitivamente o conceito de progresso tal como concebido na Europa dos oitocentos. Trata-se de uma contemporânea e sutil virtualização da vida cotidiana   que torna o retrô uma linguagem nova que desloca o passado do próprio passado...

domingo, 4 de dezembro de 2011

O Cérebro não funciona... Ele acontece, nos faz tudo aquilo que somos na medida em que acontecemos nele. Ele é o princípio, o fim e o meio de toda condição humana.
O cérebro nos define, contra toda tradição filosófica ocidental...