segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

OSCILAÇÕES

Nunca quis na vida



Ter tudo aquilo que quero,


Gasto o meu tempo


Tentando manter o que tenho


Contra os constantes furtos


Do passar do tempo


E surpreendentes variações


De mim mesmo...



CONDIÇÃO HUMANA

Somos feitos de desejos



Em uma vida inspirada


Pela realização


De pequenas vontades


Que nos definem


Em cotidiano e mundo,


Colecionamos ansiedades


Na brandura de imprescindíveis vazios...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

VIVENDO O VENTO


Meu futuro
Não existe
Foro do agora,
De seguir o vento
Colecionando rostos,
Memórias e lugares,
Até perder da vida
Todas as definições possíveis,
Através das vivencias múltiplas de um acaso
Quase infinito de imaginações e sombras.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

RETRÔ E CONTEMPORÂNEIDADE

Quando experimentado como uma modalidade de evasão do tempo presente, o passado, ou mais propriamente, sua vivência através de manifestações artísticas,  como aquela que tem lugar através do culto a filmes antigos, a música ou literatura de outras épocas, relativamente próximas ou muito distantes, constituem algo mais do que mera nostalgia. Personificam uma recodificação do agora e do próprio passado através da construção de um mosaico de referências simbólicas atemporais que desconstroem definitivamente o conceito de progresso tal como concebido na Europa dos oitocentos. Trata-se de uma contemporânea e sutil virtualização da vida cotidiana   que torna o retrô uma linguagem nova que desloca o passado do próprio passado...

domingo, 4 de dezembro de 2011

O Cérebro não funciona... Ele acontece, nos faz tudo aquilo que somos na medida em que acontecemos nele. Ele é o princípio, o fim e o meio de toda condição humana.
O cérebro nos define, contra toda tradição filosófica ocidental...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O DIA E O TÉDIO


Hoje
Será apenas
Uma data vazia
Em calendário
E rotina
Na qual a vida
Aquietara-se  tímida
Entre as quatro paredes
Do mero cotidiano.

Hoje
Tudo que terei
Será a mera alternância
Do céu e da lua
No vazio de um céu qualquer.

A INERCIA DA LIBERDADE

Sempre chega



Um tempo


Em que aprendemos


A viver de adiamentos,


A sofrer sonhos


Enquanto os dias


Passam por nós


Pela janela aberta...


Trata-se de um tempo


De inércias


Onde o rosto


Se perde


No ralo da pia


E nos libertamos no vento...

domingo, 27 de novembro de 2011

MUDANÇA E CONTEMPORÂNEIDADE



“ A objeção, o saltar para o lado, a alegre desconfiança, o gosto pela zombaria são sinais de saúde: Todo incondicionado pertence a patologia.”
F. Nietszche; sentenças e interlúdios § 154 in PARA ALÉM DO BEM E DO MAL

A CONTEMPORÂNEIDADE É ESSENCIALMENTE  UMA RADICAL TOMADA DE CONCIENCIA DO  DEVIR E DA FLUIDEZ DE TUDO AQUILO QUE DEFINE A CONDIÇÃO HUMANA.

 CONTRA OS ECOS DE MODERNIDADE E SUA OBSESÃO PELO FIXO E PELO  IMUTÁVEL , IMPORTANTE DIZER,  INSPIRADOS PELA SECULAR IDEIA DE VERDADE QUE ATÉ AGORA SUSTENTOU TODA TRADIÇÃO CULTURAL OCIDENDAL , O CONTEMPORÂNEO É A ÉPOCA DA REVIRAVOLTA DE TODOS OS VALORES E CONSCIENCIAS... 

A DEFINITIVA DERROCADA DE TADAS AS TRADIÇÕES.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

LOOK AND SAY


É praticamente um lugar comum a interseção subjetiva do olhar e do dizer, a percepção de que as vezes podemos falar com os olhos o que cala na palavra ou que, em certas circunstâncias, dialogamos uns com os outros por intermédio do próprio silêncio.

Na verdade esta evasão da formalidade da linguagem sugere uma valorização curiosa da ambigüidade, do impreciso, como componente cada vez mais presente nas trocas humanas em tempos de sentimentos e vidas cada vez mais “liquidas”...

Aprendemos finalmente a enfrentar a existência sem a segurança de nossos protocolos sócias de certezas e etiquetas sociai...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

AUSÊNCIA

Seu rosto



Espalhado no caos


Desafiava o dia


Que sonolento


Reinventava o tempo


Em preguiças.






As horas


Já não trajavam significados,


Vagavam nuas


Nos pensamentos das pedras


Enquanto eu


Serenamente dialogava


Com os demônios da sua lembrança


As margens de um devaneio....