As imagens divulgadas no ultimo dia 31 de março pela Agencia Espacial Européia (AEE), mostrando as “deformações” que a força gravitacional ocasiona sobre a forma de nosso planeta (convencionalmente representado como "redondo"/ elíptico) pode perturbar nosso pueril apego as convenções e codificações de real legadas por nossa educação, mas definitivamente não representa qualquer novidade ou informação muito relevante sobre qualquer tema sério .
Afinal, o fato de a terra ser um geóide de forma irregular e achatada ou uma bola perdida no espaço não faz a mínima diferença. Só quer dizer que a representação mais conhecida da terra não é a única possível e que, como qualquer um que detenha um pingo de espírito critico sabe, todo conhecimento possível é relativo, não correspondendo a busca e afirmação de qualquer suposta verdade última das coisas que, é bom dizer, absolutamente não existe, assim como o coelinho da páscoa, deus ou papai Noel, já que todo conhecimento é também cumulativo .
A ruidosa repercussão da divulgação das imagens em referencia sob o senso comum midiático, parece-me no mínimo exagerada ou pouco qualificada, na medida em que sugere que nosso modo de representar o planeta, redondo e azul, estaria “errada”.
Na verdade, trata-se apenas de uma das maneiras possíveis, o que não exclui a forma geóide e, em termos práticos, se quer a contradiz, já que a olho nu a terra continuará parecendo redonda para qualquer observador situado no espaço. Mas não o será quando observada através de instrumentos mais precisos do que o olho humano.
Em poucas palavras, pouco importa se à luz das imagens da AEE a terra não é "redonda” desde que ninguém descubra que ela é plana ou quadrada...
ANEXO:
"A superfície terrestre é totalmente irregular, não existindo, até o momento, definições matemáticas capazes de representá-la sem deformá-la. A forma da Terra se assemelha mais a um elipsóide, o raio equatorial é aproximadamente 23 km maior do que o polar, devido ao movimento de rotação em torno do seu eixo."