sexta-feira, 8 de abril de 2011

POEMA DE QUASE NADA



Faço escolhas
Despido de qualquer motivo,
Me perdendo em pensamentos
De mero e vão momento vivido.
Inspira-me o ilusório dos fatos
Que passeiam pelo tempo
E mordem
Os sentimentos de mundo
Que por mim passam gratuitamente.
Sei que pouco vale a pena
O fosco sabor intenso
De cada instante derramado
No vento do tempo....

FACE TO FACE



Sei agora teu rosto
Como alegórica paisagem
A dizer mundos e fatos
Desconhecidos e perdidos,
Contidos em um suspiro
De imaginação e vontade.

Toda possível idéia
De realidade
Perde-se na descoberta
De estar aqui e agora,
Face a face,
Com tua concreta existência,
Como se nada mais houvesse
Além do sonho morno
De uma manhã
Que explode em seu corpo...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

SOBRE A ILUSÃO DA INCOMPLETUDE PSEUDO ONTOLÓGICA OU MISÉRIA DO AMOR ROMÂNTICO


Tenho sonhado
Sua voz
Chamando meu nome
No fundo do dia,
Provado ventos
Em meus pensamentos
No fosco esboço
De algum sonho
Enquanto tudo aqui dentro
Parece vazio
E distante de mim mesmo
No artificial do meu próprio rosto...

NOTA SOBRE A HISTORIOGRAFIA CONTEMPORÂNEA



Hoje em dia o saber historiográfico, enquanto modalidade múltipla do complexo campo do conhecimento contemporâneo, já esta longe de seus primórdios enquanto ciência positiva voltada para construção de uma identidade e memória social de qualquer espécie.
A historiografia contemporânea é um labirinto de estratégias de construção de sentido para o vazio acontecer do homem no tempo a ponto de quase converter-se em uma espécie de filosofia da imanência...

sábado, 2 de abril de 2011

VIRTUAIS FUTUROS


Alguns futuros
Nunca me viram,
Nunca souberam
De mim
Perdidos
No sereno e severo caos
Do simples cotidiano.

Alguns futuros
Perderam de si
O pretendido amanhã
De naturais certezas
De mundos virtualmente
Vividos, sonhados
E sofridos...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

POR UMA TERRA REDONDA E GEÓIDE


As imagens divulgadas no ultimo dia 31 de março pela Agencia Espacial Européia (AEE), mostrando as “deformações” que a força gravitacional ocasiona sobre a forma de nosso planeta (convencionalmente representado como "redondo"/ elíptico) pode perturbar nosso pueril apego as convenções e codificações de real legadas por nossa educação, mas definitivamente não representa qualquer novidade ou informação muito relevante sobre qualquer tema sério .

Afinal, o fato de a terra ser um geóide de forma irregular e achatada ou uma bola perdida no espaço não faz a mínima diferença. Só quer dizer que a representação mais conhecida da terra não é a única possível e que, como qualquer um que detenha um pingo de espírito critico sabe, todo conhecimento possível é relativo, não correspondendo a busca e afirmação de qualquer suposta verdade última das coisas que, é bom dizer, absolutamente não existe, assim como o coelinho da páscoa, deus ou papai Noel, já que todo conhecimento é também cumulativo .

A ruidosa repercussão da divulgação das imagens em referencia sob o senso comum midiático, parece-me no mínimo exagerada ou pouco qualificada, na medida em que sugere que nosso modo de representar o planeta, redondo e azul, estaria “errada”.

Na verdade, trata-se apenas de uma das maneiras possíveis, o que não exclui a forma geóide e, em termos práticos, se quer a contradiz, já que a olho nu a terra continuará parecendo redonda para qualquer observador situado no espaço. Mas não o será quando observada através de instrumentos mais precisos do que o olho humano.

Em poucas palavras, pouco importa se à luz das imagens da AEE a terra não é "redonda” desde que ninguém descubra que ela é plana ou quadrada...

ANEXO:
"A superfície terrestre é totalmente irregular, não existindo, até o momento, definições matemáticas capazes de representá-la sem deformá-la. A forma da Terra se assemelha mais a um elipsóide, o raio equatorial é aproximadamente 23 km maior do que o polar, devido ao movimento de rotação em torno do seu eixo."








quarta-feira, 30 de março de 2011

VIRTUAL FUTURE


Há muitos futuros
No meu passado,
No ingrato desafiar o tempo
Que arbitrariamente passa...

Há muitas  perdas,
Ganhos e letras;
Pouca existência...
Bem sei.

Mas há também coisas
Que os anos todos não dizem somados,
No perdido de cada gesto
De mera e paradoxal
 Imaginação...