sexta-feira, 15 de outubro de 2010

AFORISMAS SOBRE A TRANSPARÊNCIA DO VIVIDO



Ser sincero deve ser uma forma de não se levar a sério
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Não raramente a mentira é apenas uma realidade na qual não conseguimos acreditar.
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Nada é mais profundo do que o complexo da superficialidade como linguagem básica das vividas e cotidianas imanências.
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Viver a idéia de sociedade é um modo de recusar a simplicidade  da pura dialética do eu e do outro interna e externamente.
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Quanto mais nos enterramos em nós mesmos, menos nos conhecemos, pois o eu é uma experiência projetada.
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Não existe erro maior do que a confissão de que acreditamos sinceramente em alguma coisa.
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A felicidade é um sonho que não aprendemos ainda a sonhar como objetividade de um não sentido...   
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Viver é correr contra o tempo sem esperanças de salvação...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

BREVE NOTA ALEATÓRIA SOBRE O SIGNIFICADO DO DIA DOS MEUS ANOS


No ilegível e falso momento do dia dos meus anos, pretendo apenas escrever futuros, rasgando meu rosto em profunda busca de autenticidade, erguer contra os fatos de agora a faca do vento e do tempo, reinventando a soma de todos os momentos arcaicos de mim mesmo... 

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Radiohead - Paranoid Android (Legendado)

AFORISMAS SOBRE INDIVIDUALIDADE E PÓS MODERNIDADE



O sentimento de si mesmo é fluido e incerto no acontecer de todas as coisas que definem a consciência. Facil perder-se nele...
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Nunca espero dos outros aquilo que não encontras na dialética e caos dos seus múltiplos eus vividos.
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O que mais me faz um indivíduo é a negação das primazias coletivas no sem rosto do mundo vivido...
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Vazios de nós mesmos e carentes de mundo seguimos nossos próprios passos em direção a um incerto futuro...
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Fomos educados para ser através dos outros em qualquer fantasia de nós mesmos...
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Sempre nos enganamos no que diz respeito ao essencial da vida sentida e sonhada...
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Todo sentimento é uma forma de alto engano...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

JAMES HILLMAN APRESENTA A TEORIA DO FRUTO DE CARVALHO



“Apesar da relutância da psicologia em admitir o destino individual em seu campo, ela reconhece que cada um de nós tem seu feitio, que cada um de nós é definitiva e até desafiadoramente um indivíduo singular. Mas quando se trata de explicar a centelha da singularidade e o chamado que nos atém a ela, a psicologia também fica aturdida. Seus métodos analíticos fragmentam o enigma do indivíduo em fatores e traços de personalidade, em tipos, complexos e temperamentos, tentando localizar o segredo da individualidade nos substratos da matéria cerebral e dos cromossomos. Escolas mais ortodoxas de psicologia chutam essa questão para a parapsicologia, a fim de que ela estude  os “chamados” paranormais, ou pesquise estações nas colônias distantes da magia, da religião e da loucura. Em sua forma agressiva, e mais árida, a psicologia explica a singularidade de cada um por uma hipótese de acaso estatístico aleatório.
Este livro se recusa a deixar para o laboratório de psicologia esse senso de individualidade no âmago do “eu”. E não vai aceitar que minha vida humana estranha e preciosa seja o resultado de um acaso estatistico. Note, porém, que nem por isso essas recusas enterram nossa cabeça numa igreja. O chamado para um destino individual não é uma questão entre  a ciência sem fé e a fé não cientifica. A individualidade permanece uma questão para a psicologia- uma psicologia que tem em mente seu prefixo, “psique” , e sua premissa, a alma, para que sua mente possa desposar da fé sem uma religião institucional e observar cuidadosamente os fenômenos sem uma ciência institucionalizada.
A teoria do fruto de carvalho transita  com desenvoltura entre esses dois dogmas antagônicos  que há séculos ladram um para o outro e que o pensamento ocidental  continua mantendo afetuosamente como animais de estimação.”

(James Hillman. O Códico do Ser: Uma busca do caráter e da vocação pessoal/ tradução by Adalgisa Campos da Silva, RJ: Editora Objetiva, 5º edição, s/d, pg. 21 e 22)  

o elefante e a noite


Um elefante colorido sobre uma mesa de papel duro aponta a tromba para o norte partindo o sol em quatro partes no céu emburacado...
Posso agora escutá-lo roubando a noite sem madrugada, tornando meu corpo mais pesado que o céu...
De repente escurece...
E tudo morre a minha volta...