sábado, 23 de janeiro de 2010

CANT'T BUY MY LOVE by JONATHAN GOULD


A obra Cant’ Buy me Love : Os Beatles, a Grã Bretanha e os Estados Unidos, by Jonathan Gould, é um interessante esforço de compreensão do contexto histórico que permitiu a gênese e o se fazer dos Beatles como a mais singular e impactante banda de rock dos anos 60; fenômeno sócio cultural que formatou direta e indiretamente uma geração e mudou a linguagem da musica popular angro saxã de uma forma ainda hoje sem paralelos.





Apesar da narrativa mais descritiva do que propriamente analítica, este trabalho tem o mérito de entrelaçar biografia, critica musical e história cultural no mosaico vivo de uma leitura profunda da obra dos fabulours four que os torna uma imagem viva que, transcendendo seu próprio tempo, alcança o futuro de nós mesmos em múltiplas releituras e mágico encanto de atualizações e transformações...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O EGO SEGUNDO C.G. JUNG



Uma das premissas que considero mais interessantes para uma psicologia pós junguiana é aquela sugerida pela formulação de Jung sobre a natureza do ego. Para ele, como se sabe, o ego era um complexo dentre muitos outros, mas articulado a uma diversidade de processos psíquicos que o tornam centro do fenômeno da consciência. Ao mesmo tempo sua autonomia em relação as dinâmicas da psique objetiva e, até mesmo sua substancialidade, são fenômenos profundamente relativos...



“... A consciência do eu é um complexo que não abrange o ser humano em sua globalidade: ela esqueceu infinitamente mais do que sabe. Ouviu e viu uma infinidade de coisas das quais nunca tomou consciência. Há pensamentos que se desenvolvem à margem da consciência, plenamente configurados e complexos, e a consciência os ignora totalmente. O eu sequer tem uma pálida idéia da função reguladora e incrivelmente importante dos processos orgânicos internos a serviço da qual está o sistema nervoso simpático. O que o eu compreende talvez seja a menor parte daquilo que uma consciência completa deveria compreender.


O eu, portanto, só pode ser um complexo parcelar. Talvez seja ele aquele complexo singular e único cuja coesão interior significa a consciência. Mas qualquer coesão das partes psíquicas não é em si mesma a consciência? Não se vê claramente a razão pela qual a coesão de uma certa parte de funções sensoriais e de uma certa parte do material de nossa memória deve formar a consciência, enquanto a coesão de outras partes da psique não a forma. O complexo da função de vista, da audição, etc., apresenta uma forte e bem organizada unidade interior. Não há razão para supor quer esta unidade não possa ser também uma consciência. Como bem nos mostra o caso da surda-muda e cega Hellen Keller, bastam o sentido do tato e a sensação corporal para tornar possível a consciência e faze-la funcionar, embora se trate de uma consciência limitada a estes dois sentidos. Por isto eu acho que a consciência do eu é uma síntese de várias “consciências sensoriais”, na qual a autonomia de cada consciência individual fundiu-se na unidade do eu dominante.


Como a consciência do eu não abrange todas as atividades e fenômenos psíquicos, isto é, não conserva todas as imagens nela registradas, e como a vontade, apesar de todo o seu esforço, não consegue penetrar em certas regiões fechadas da psique, surge-nos naturalmente a questão se não existiria uma coesão de todas as atividades psíquicas semelhante à consciência do eu, uma espécie de consciência superior e mais ampla na qual o nosso eu seria um conteúdo objetivo, como, por exemplo, o ato de ver, em minha consciência, fundido, como esta, com outras atividades inconscientes em uma unidade superior. A consciência de nosso eu poderia certamente estar encerrada numa consciência completa, como um circulo menor encerrado em um maior.”


( C G JUNG. Espírito e Vida, in OBRAS COMPLETAS DE C.G. JUNG. Volume VIII/2 “A Natureza da Psique/ tradução de Pe. Dom Mateus Ramalho Rocha. Petrópolis: Editora Vozes, 3° ed, p. 266 )

O VAZIO DO OUTRO...



Nada encontro



Nos olhos do outro


Além do múltiplo


Acontecer de si


Na caótica diversidade


Do existir humano...






Somos todos


A soma dos muitos


Dentro de nós


Na indeterminada


E cega busca


De um rosto


Que nos ensine


O elementar da vida


Enquanto desaprendemos


Quem somos...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

MUSIC AND REAL...

Sigo no sentido do vento



O mágico acontecer


De uma melodia


Que me ensina


O falso da alma


Do meu acontecer


Em mundo...


Sei que tudo é mera ilusão


E busca


Do inatingível


De mim mesmo...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O PENSAMENTO COMO ELEMENTAR FANTASIA...



O que nos faz humanos não é o que sentimos, mas o que pensamos...



&


Pensar é um modo de se afastar das coisas apenas para recuperá-las como “realidade vivida”.


&


A palavra é o corpo do pensamento. Mas, em nosso cotidiano, quase não dizemos nada através delas..


&


O saber cientifico é a didática do pensamento traduzida em reflexão e ambigüidade da consciência...


&


Um abismo separa o ato de acreditar do cético desafio de pensar...


&


Toda criação do pensamento é uma fecunda realização de imaginação criadora...


&


A idéia de natureza foi para a modernidade a mais importante fantasia do pensamento...





segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

MY LIFE...



Já aprendi que a vida



Não leva além


Do efêmero e incerto momento


De estar vivo;


De lidar com o medo,


O tempo,


O riso e a lágrima


Dentro do limitado


E passageiro nada


De uma existência...

DONT’T BE CRUEL...

memory of future...

Memórias



São como sonhos


Que nos observam


De longe


Quando nos perdemos


Dentro de nós mesmos


Resgatando qualquer sentimento


De paz e felicidade


Que nunca tivemos


Mas se realiza como fato perdido


Na efêmera ilusão de um devaneio...


Assim nascem nossas pueris ilusões


De futuros possíveis


E quase perfeitos....



sábado, 16 de janeiro de 2010

APOLOGIA AO CELEBRO HUMANO...



O celebro é o grande objeto que nos faz sujeitos; a quintessência da humanidade; o passado e o futuro de todas as possibilidades humanas. Ou, ainda, simplesmente, a elementar essência da própria condição humana.



Ele é nossa única “realidade”... o começo, o meio e o fim de todas as coisas...

IMPERATIVO DO ACASO...



Apenas



O acaso e o caos


Condicionam


O acontecer das coisas.


Nada de humano


Define a natureza.


E mesmo assim


Nos iludimos


Com nossos supostos propósitos


E objetivos


Como se qualquer coisa


Dita ou sentida


Pudesse transcender


O amargo gosto de nada


Que todo possível inspira

no além da deusa fortuna...

ANATOMIA DO ACASO COMO TEMPORALIDADE VIVIDA



O dia dito no calendário não é idêntico aquele que vivemos sem direção precisa através do calendário, dos relógios e rotinas. Na verdade, não temos se quer consciência de tudo aquilo que ocorre no intervalo de 24 horas dentro e fora de nós afetando e condicionando tudo o que somos.



O segredo da liberdade é que ela é o surpreendente produto da soma de ilimitados determinismos que nos ultrapassam e realizam na exata medida em que os ignoramos e nos ignoram...