Neste ano completam-se 40 anos que os Beatles acabaram… O fato foi lembrado através da reedição de sua obra no mágico dia 09/09/09 e de um videogame, mas também pela matéria de capa da lendária revista Rolling Stonnes consagrada em sua edição de setembro a um ótimo e minuncioso ensaio de Mikal Gimore sobre os conturbados bastidores do fim daquela que foi a mais importante banda de rock de todos os tempos.
O crepúsculo da saga dos Beatles, para o autor segue as vicissitudes de uma história de amor. Imagem que me parece adequada para traduzir seu legado musical e ontológico. Sobre isso é curioso observar que essa imagem tambem foi explorada através do musical ACROSS THE UNIVERSE dirigido por Julie Taymor.
Ofereço ao leitor as próprias palavras do autor para experiência e julgamento:
“… TUDO ISSO LEMBRA UMA HISTÓRIA DE AMOR? O amor perde todo o seu valor quando tudo termina? Talvez sim, embora finais não apaguem a história; em vez disso, a concluem. A história dos Beatles sempre foi, de certa forma, maior do que os próprios Beatles, tanto a banda quanto os indivíduos que a formaram: foi a história de uma época, de uma geração que buscava novas possibilidades. Foi a história do que acontece quando você encontra essas posibilidades, e o que acontece quando suas melhores esperanças vão por agua abaixo. Sim, foi uma história de amor- e o amorquase nunca é uma benção simples. Porque, por mais que os Beatles possam ter amado o que faziam juntos, o mundo em volta os amava ainda mais. Foi esse amor que, mais do que qualquer outra coisa, exaltou os Beatles e os acorrentou juntos por tanto tempo. Algo que, por fim, nenhum deles conseguiu suportar. Jonh Lennon, em particular, sentia que precisava acabar com o romance, enquanto Paul McCartney em especial odiava a idéia de vê-lo despedaçado. E, uma vez que estava feito, estava feito. Tudo que eles criaram-cada uma das maravilhas-ainda reverbera, mas os corações responsáveis por tudo aquilo também foram responsáveis pelo seu fim, e nunca se recuperaram totalmente da experiência. “Foi a tanto tempo”, George Harrisson declarou anos mais tarde. “Às vezes, me pergunto se eu estava mesmo lá ou se foi tudo um sonho. Um sonho que nos elevou, que partiu nossos corações, que ainda perdura e que provavelmente jamais será igualado.””