Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
terça-feira, 28 de julho de 2009
TEMPO E MOMENTO
Aprendo que nada mudará
Meu mundo
Na magia do tempo que passa
Fazendo meu eu múltiplo
No espaço vivo de cada pessoa.
Toda realidade é intercâmbio
De sentimentos e sensações
Que se vão com o vento
No vago da própria vida
Em duradoura sintonia
De mero momento....
segunda-feira, 27 de julho de 2009
PRELUDE
Apressadamente
Sem tempo
Para pensar,
Indo ao encontro
De um pequeno destino
De momento
Que nada diz a biografia...
Imerso na multidão,
Percebo o quanto
Levamos a vida
Entre apostas e fatos
Enquanto o mundo
Passa por nós em silêncio...
domingo, 26 de julho de 2009
A LEX BY SEPULTURA AND A CLOCKWORK ORANGE
Nas faixas do album A LEX do Sepultura encontramos uma expressão singular e violentamente lírica da sensibilidade pós moderna ou contemporânea de uma confusão de linguagens... Dizendo de outra forma, musica e literatura encontram-se aqui em um caos criativo e agressivo que beneficia a arte como não lugar cotidiano da linguagem, como deslocamento existencial e estranhamento da própria realidade... Neste álbum o rock se faz meta linguagem, extra-territorialidade, realizando o profundo e feliz desconforto sombrio que o texto original de Anthony Burgess nos provoca... Trata-se de uma tradução... talvez a altura daquela realizada por Stanley Kubrick para o cinema, que não contou, infelizmente, com a aprovação do autor...
TÉDIO...
O rosto de um sonho
Revelando a paisagem
De um eterno outono
Dentro da viva de cada dia.
Tudo acontece
Opaca e provisoriamente
Ao sabor dos tédios
Que animam as horas.
Tudo é tão banal
Que quase
Não me percebo
Nos fatos abertos
Em mera mesmice...
POP POEM
sábado, 25 de julho de 2009
LITERATURA INGLÊSA XLVII
Sua matéria são histórias curtas; contos, ou short stories and long short stores, em que explora com singular sensibilidade e simplicidade o pouco do dia a dia, a profundidade inerente a experiência do banal através de personagens comuns através dos quais nos defrontamos com o mais profundo da condição humana nas pequenas coisas... Justamente por isso sua narrativa é econômica, direta, desconcertadamente coloquial no dizer do mais profundo da vida.
Katherine viveu no inicio do século passado uma vida bastante atribulada. Seja do ponto de vista afetivo,sexual ou social. Casou-se e divorciou-se em um único dia, sofreu um aborto e experimentou diversas relações homo e hetero sexuais em um tempo em que a condição feminina ainda era prisioneira de uma caprichosa cultura falocrática. Com apenas 34 anos encontrou a morte através da tuberculose deixando para traz uma experiência de intensidade da vida que se traduziu magistralmente em seu universo literário.
Não por acaso, a publicação póstuma de seus diários, álbuns de recortes e epistolas, gerou uma vasta bibliografia.
A festa ( The garden party) é um de seus contos mais famosos e lidos e, diga-se de passagem, um de meus favoritos. Neste, a simultaneidade da vida e da morte, da alegria e da tristeza na paisagem do se fazer humano, nos surge sem filosofias através da sensibilidade e lirismo da pequena Laurie... Em poucas palavras, o que Katherine nos oferece em sua simplicidade é uma reflexão sobre a complexidade do banal de cada dia... Devo-lhe pessoalmente muito por isso, como leitor e admirador inconteste.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
PALAVRA ENIGMA
Procuro sondar a sombra dos textos, buscar-me em seus vazios na contramão de enunciados e sentidos.
ACROSS THE UNIVERSE...
DARE TO DREAM YOUR LIFE....
espalha-se ao infinito
no múltiplo de cada indivíduo
Mas nada que digo
Explica meu mundo
Nas contradições das circunstâncias...
A cada segundo
Qualquer outra possibilidade
De mim mesmo
Surge ao acaso
Qualquer novo sentimento
Ou leitura de realidade...
É como se a matéria da vida
Fosse um tipo estranho de sonho...
DARE TO DREAM YOUR LIFE...
IMAGINE IS REALITY.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
SOBRE O MAGO WIZ E O REINO DE ID
Criado em New York no distante ano de 1964 por Brant Parker e Johnny Hort, o Reino de Id e suas cotidianas situações bizarras, nos fala essencialmente sobre adaptação e sobrevivência em um mundo sutilmente disfuncional, mergulhado em um obscurantismo, temperado por certo cinismo, que nos parece estranhamente familiar. Afinal, trata-se na verdade do obscurantismo do nosso próprio tempo...
ENTRE OS ATOS
Entre os atos,
Um lapso existencial
Que não se diz,
Que não se explica
E cala no pensamento
Como intimo segredo...
Mas trata-se apenas
De um nada,
Do banal indizível
Que assombra a existência
No frágil de todo
Possível cotidiano significado
Das coisas ...