Invento um instante dourado
De piruetas
Para rir das sutilezas
Que somam a realidade
Ao doce das fantasias.
The fool on the hill...
Across the universe...
“NOTHING’S GONNA CHANGE MY WORD...”
A linguagem me devora
No virtual exercício de ser....
Em irracional existência
Em decafônicas decomposições...
Mas a vida
Tende a si mesma
Em um silêncio de tempo
Que passa...
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
terça-feira, 5 de maio de 2009
JOHN LENNON E 1969: 40 ANOS DEPOIS...
O longo Século XX foi, entre outras definições possíveis, a Era das Individuações. Dentre os indivíduos singulares gerados por ele, John Lennon ocupa um lugar realmente especial em meio ao labirinto de suas contradições, impasses, ingenuidades, senso de humor ou de liberdade e aposta em alguma possibilidade de desdobramento futuro de seu generoso tempo social e epocal marcado por esperanças radicais de desconstruções e reconstruções do mundo compartilhado a partir da singularidade e originalidade da experiência da individualidade...
Vale à pena resgatar aqui, por tudo isso, um momento especial de sua trajetória subjetiva ocorrido no já distante ano de 1969, lembrado por Lucia Linhares, em um pequeno e despretensioso ensaio biográfico que nos leva a refletir sobre seus dilemas enquanto figura pública, sobre suas recusas e irreverente afirmação de si mesmo conmo sendo apenas um individuo entre os outros e além das projeções que lhe eram coletivamente impostas:
Vale à pena resgatar aqui, por tudo isso, um momento especial de sua trajetória subjetiva ocorrido no já distante ano de 1969, lembrado por Lucia Linhares, em um pequeno e despretensioso ensaio biográfico que nos leva a refletir sobre seus dilemas enquanto figura pública, sobre suas recusas e irreverente afirmação de si mesmo conmo sendo apenas um individuo entre os outros e além das projeções que lhe eram coletivamente impostas:
“... No começo de outubro, o New Cinema Club, de Londres, apresentou alguns filmes de John, entre eles uma première: SELF PORTRAIT. Durante 15 minutos vemos o pênis de John e mais nada, a não ser uma ereção em câmera lenta. As interpretações foram muitas: mais uma mostra de seu senso de humor, mais uma agressão à critica, mais uma tentativa de filmar o absurdo... John disse, na época:
“ Eu me recuso a liderar, e vou sempre mostrar meus genitais, ou fazer qualquer coisa que me previna de ser Martin Luther King, ou Ghandhi, e ser morto.” ( One Day a Time)
Numa manhã de novembro John acordou e pediu ao motorista que fosse até a casa de Tia Mimi buscar a medalha da Ordem do Império Britânico que estava em cima do aparelho de televisão. John resolvera colocar em prática uma idéia que há um ano tinha na cabeça; a Inglaterra envolvia-se no Vietnã, no conflito Nigéria e Biafra, e John não estava gostando nada disso. Foram ao escritório e John redigiu uma carta:
“Sua Majestade,
Estou devolvendo a Ordem do Império Britânico em protesto contra o envolvimento da Inglaterra no caso de Biafra-Nigéria, contra o nosso apoio à presença dos EUA no Vietnã e contra a baixa colocação de Cold Turkey nas paradas de sucesso.
Com amor
John Lenon do Saco” ( “of the bag”, uma referência ao “ bagism”)
Poucas pessoas entenderam a piadinha com Cold Turkey. Esta brincadeira não impediu, entretanto que Bertrand Russel admirasse o ato de John e lhe mandasse congratulações.”
(Lucia Villares. Lennon: No céu de diamantes. SP: Brasiliense( coleção Encanto Radical), 1992, p.94-95)
,
sábado, 2 de maio de 2009
DOCE MELANCOLIA
A serena paisagem
De um dia de outono
Comunica-me mais coisas
Do que qualquer
Palavra humana.
Desejo apenas, então,
Ficar entre as coisas,
Em silêncio,
Vivenciando
As mágicas certezas
Do estar vivo,
Explorando o pensar
Dos pensamentos
Nas abstratas sensações
Do corpo em reflexões,
Em sentimento
De renovações e chuvas
Em fertilidade de sonos, sonhos
E sombras de amanhãs possiveis.
De um dia de outono
Comunica-me mais coisas
Do que qualquer
Palavra humana.
Desejo apenas, então,
Ficar entre as coisas,
Em silêncio,
Vivenciando
As mágicas certezas
Do estar vivo,
Explorando o pensar
Dos pensamentos
Nas abstratas sensações
Do corpo em reflexões,
Em sentimento
De renovações e chuvas
Em fertilidade de sonos, sonhos
E sombras de amanhãs possiveis.
PARADOXO TEMPORAL
Sinto saudades
Do meu destino,
De tudo aquilo
Que não me tornei
Na vontade de ser
Um outro
Que jamais aconteceu.
O fato
É que não me vejo
Nas virtuais versões
De mundo
Que me inventaram...
Do meu destino,
De tudo aquilo
Que não me tornei
Na vontade de ser
Um outro
Que jamais aconteceu.
O fato
É que não me vejo
Nas virtuais versões
De mundo
Que me inventaram...
MEMORY...
terça-feira, 28 de abril de 2009
POEMA A VIRGINIA WOOLF
Inteiramente imóvel
Sob o estático do dia
Que desaparece
No passar das horas,
Quase me reconheço,
Quase percebo o tempo
Dentro de mim
Como biografia.
Sob o estático do dia
Que desaparece
No passar das horas,
Quase me reconheço,
Quase percebo o tempo
Dentro de mim
Como biografia.
Mas tudo me escapa
Em um segundo de incertezas
No falso de realidades.
Na radical desconstrução de experiências
Em absolutos de linguagem
E concretismos do nada
Submerso,
Desapareço...
Como testemunho do Tempo
que vivo infimamente
como duvida...
INCERTEZA
Seguir em frente
A direita ou a esquerda;
Escolher,
Pura e simplesmente,
Sem o peso dos determinismos
Que o passado impõe,
É o desafio
Do meu ser futuro.
Sou mais o produto
De erros
Do que de acertos.
Sou sombra
De tudo aquilo que me corroe
Em incertezas de amanhãs possíveis
Em azul
sob inspirações de lua.
A direita ou a esquerda;
Escolher,
Pura e simplesmente,
Sem o peso dos determinismos
Que o passado impõe,
É o desafio
Do meu ser futuro.
Sou mais o produto
De erros
Do que de acertos.
Sou sombra
De tudo aquilo que me corroe
Em incertezas de amanhãs possíveis
Em azul
sob inspirações de lua.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
A CONTEMPORANEIDADE E O POSITIVO DO VAZIO
O tecido do que reconhecemos tradicionalmente por realidade vem se alterando significativamente através nas novas experiências e vivências proporcionadas pelas novas linguagens digitais. Inaugurou-se no domínio do humano uma nova perspectiva de vazio. Vazio confunde-se agora com a ausência de qualquer referencial seguro de totalidade e universalidade. Talvez, dentre muitas outras coisas, a contemporaneidade seja a constatação simples de que somos definidos por jogos entre a linguagem e o vazio... Mas é justamente isso que nos faz humanos e nos destina um lugar especial no reino animal...
sábado, 25 de abril de 2009
OLD HOUSE
LITERATURA INGLESA XLIII
Rupert Brooke ( 1887- 1915), morreu com apenas 28 anos de idade em uma trágica batalha durante a I Grande Guerra. Não nos legou, portanto, uma obra passível de avaliação profunda das dimensões e possibilidades de seu talento. Não é, francamente, considerado um grande poeta pelo que produziu em seus breves anos de atividade. Basicamente, deixou-nos intimistas poemas de juventude onde insinua claramente sua opção homossexual, alguns bons versos como em The Old Vicarage, Grantchester e poemas de guerra que o tornaram imortal como testemunha e vitima da barbárie européia que destruiu e fez desaparecer muitos gênios europeus cuja potencial contribuição a cultura ocidental perdeu-se dramaticamente.
Além de Brooke, outros poetas britânicos morreram na guerra e merecem serem citados nesta pequena lembrança...
John McCrae (1872-1918)
Wilfred Owen (1893-1918)
Isaac Rosenberg (1890-1918)
Alan Seeger ( ?)
Edward Thomas (1878-1917)
The War Sonnets by Rupert Brooke
Além de Brooke, outros poetas britânicos morreram na guerra e merecem serem citados nesta pequena lembrança...
John McCrae (1872-1918)
Wilfred Owen (1893-1918)
Isaac Rosenberg (1890-1918)
Alan Seeger ( ?)
Edward Thomas (1878-1917)
The War Sonnets by Rupert Brooke
I. Peace
Now, God be thanked
Who has matched us with
His hour,
And caught our youth, and wakened us from sleeping,
With hand made sure, clear eye, and sharpened power,
To turn, as swimmers into cleanness leaping,
Glad from a world grown old and cold and weary,
Leave the sick hearts that honour could not move,
And half-men, and their dirty songs and dreary,
And all the little emptiness of love!
Oh! we, who have
Oh! we, who have
known shame, we have found release there,
Where there's no ill, no grief, but sleep has mending,
Naught broken save this body, lost but breath;
Nothing to shake the
laughing heart's long peace there
But only agony, and that has ending;
And the worst friend and enemy is but
Death.
II. Safety
He who has found our hid security,
Assured in the dark tides of the world at rest,
And heard our word,
"Who is so safe as we?"
We have found safety with all things undying,
The winds, and morning, tears of men and mirth,
The deep night, and birds singing, and clouds flying,
And sleep, and freedom, and the autumnal earth.
We have built a house that is not for
Time's throwing.
We have gained a peace unshaken by pain for ever.
War knows no power.
Safe shall be my going,
Secretly armed against all death's endeavour;
Safe though all safety's lost; safe where men fall;
And if these poor limbs die, safest of all.
III. The Dead
Blow out, you bugles, over the rich
Dead!There's none of these so lonely and poor of old,
But, dying, has made us rarer gifts than gold.
These laid the world away; poured out the red
Sweet wine of youth; gave up the years to be
Of work and joy, and that unhoped serene,
That men call age; and those who would have been,
Their sons, they gave, their immortality.
Blow, bugles, blow!
Blow, bugles, blow!
They brought us, for our dearth,
Holiness, lacked so long, and
Love, and Pain.
Honour has come back, as a king, to earth,
And paid his subjects with a royal wage;
And nobleness walks in our ways again;
And we have come into our heritage.
IV. The Dead
These hearts were woven of human joys and cares,
Washed marvellously with sorrow, swift to mirth.
The years had given them kindness.
Dawn was theirs,
And sunset, and the colours of the earth.
These had seen movement, and heard music; known
Slumber and waking; loved; gone proudly friended;
Felt the quick stir of wonder; sat alone;
Touched flowers and furs and cheeks.
All this is ended.
There are waters blown by changing winds to laughter
There are waters blown by changing winds to laughter
And lit by the rich skies, all day.
And after,Frost, with a gesture, stays the waves that dance
And wandering loveliness.
He leaves a white
Unbroken glory, a gathered radiance,
A width, a shining peace, under the night.
V. The Soldier
If I should die, think only this of me:
That there's some corner of a foreign field
That is for ever
England.
There shall beIn that rich earth a richer dust concealed;
A dust whom England bore, shaped, made aware,
Gave, once, her flowers to love, her ways to roam,
A body of England's, breathing
English air,
Washed by the rivers, blest by suns of home.
And think, this heart, all evil shed away,
And think, this heart, all evil shed away,
A pulse in the eternal mind, no less
Gives somewhere back the thoughts by
England given;
Her sights and sounds; dreams happy as her day;
And laughter, learnt of friends; and gentleness,
In hearts at peace, under an
English heaven.
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