terça-feira, 21 de abril de 2009

NOTHING'S GONNA CHANCE MY WORD..."

Estou convicto unicamente de minhas incertezas, dos meus vazios, limites e dúvidas. Pois são elas que, em última instância, determinam minha vida. Logo, nada me prende a nada, nada espero de nada. Tudo que sou já é passado ou futuro que abandonei em, definições de presentes.

“NOTHING’S GONNA CHANGE MY WORD...”

segunda-feira, 20 de abril de 2009

DAY

O tempo
Passou por mim
Em silêncio
Como se o dia de hoje
Não existisse.
Deixou-me vazio
Com palavras mortas
Na boca
Diante de um relógio
Quebrado
Entre preguiças, inércias
E atos abandonados.

domingo, 19 de abril de 2009

INDIVIDUALISMO POSITIVO

No mundo contemporâneo, em que pesem outros abstratos referenciais ontológicos, o individuo isolado, auto-performático, é a medida de todas as coisas que nos definem as dinâmicas da existência coletiva.
Afinal, somos todos orientados a buscar o prazer e o conforto como metas últimas da existência. Estamos positivamente condenados a um mundo criado e moldado por nossas instabilidades e incertezas, definido por um ordenamento instável, que reflete pura e simplesmente nosso mais intimo sentimento pessoal de mundo ou incerto e inconstante estado de espírito. O ingênuo apelo a qualquer moral inspirada pela tradição e de natureza coercitiva pode mudar tal fato.
Dizendo de outra maneira, a existência, enquanto construção coletiva, já não é referencia para a cognição social e a invenção de significados. Somos cada vez menos sensíveis a f orça de qualquer mitologia laica ou ainda sacralizada. Aprendemos a depender cada vez mais apenas de nós mesmos no continuo esforço de reproduzir a própria vida. Como em nenhuma outra época passada, a auto consciência que define o indivíduo foi tão decisiva para as mutações das possibilidades humanas...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

CRÔNICA RELÂMPAGO L I

O fim de um dia de trabalho é como uma página em branco de biografia onde nos contentamos com a insignificante expontâneidade do acontecer sem compromisso de rotinas não laboriosas.é quando passamos dos desertos públicos aos desertos privados na continuidade de vazios que nos definem no exercicio de insondáveis silêncios intimos e constantes...

A TRAGÉDIA DE Hillsborough


Nesta quarta feira, a cidade de Liverpool vestiu-se de luto para lembrar amargamente os 20 anos daquela que foi a maior tragédia do football inglês.
Trata-se da partida de 15 de abril de 1989 da semifinal da Copa da Inglaterra, entre os times Liverpool e Nottingham Forest, no estádio Hillsborough, em Sheffield.
O jogo foi interrompido seis minutos após o início quando, depois de uma agromeração e confusão nos tuneis estreitos que davam acesso ao estadio, 730 pessoas ficaram feridas e, 96 torcedores, todos do Liverpool, morreram esmagados...
Entre as homenagens aos mortos desta quarta, houve dois minutos de silêncio na cidade de Liverpool às 14 : 06 horas (horário local), quando a 20 anos atrás a tragédia aconteceu...
Até hoje o time do Liverpool não joga no dia 15 de abril...
Que dias como esse jamais voltem a acontecer pelos caminhos incertos de cada acaso e fortuna ...
Essa tragédia ainda é uma ferida aberta...

O OUTRO COMO CAMINHO DA INDIVIDUAÇÃO


O que há de mais paradoxal na condição de indivíduo é a incontornável necessidade do outro para sustentar a própria auto-consciência... É através do outro que paradoxalmente nos tornamos o que já somos; um outro que em muitos sentidos sempre permanece irremediavelmente distante. Pois quanto mais íntimos nos tornamos de alguém, mas somos surpreendidos pelo seu ontológico alheamento.Disso se conclui que a individualidade, ou o humano em singularidade psicológica, não é propriamente uma condição definida pela auto consciência, mas sim um fluxo de experiências autônomas estabelecidas interativamente. É a experiência da diferença, da pluralidade de possibilidades e escolhas, através do outro o que nos torna únicos no estranho processo de tomada de consciência de si mesmo que também é uma vivencia constante de estranhamentos e redescobertas.

NOW...


Nada me prende ao agora,

Ao aleatório movimento

De me fazer

Em tempo e espaço.


Adivinho futuros calados

E pequenas esperanças

Que passeiam no vento

Para fugir ou ficar

Indiferente

Ao caos presente.


Em tudo

Sou apenas amanhã,

Esboço de um outro

Em potencial existência

E esforço de plenitude

De movimento futuro.

SOBRE A ILUSÂO DA VERDADE

Aquilo que conhecemos como verdade não é uma qualidade do mundo sensível, mas algo definido pelo intelecto humano. A verdade é tão somente uma necessidade, uma tendência inerente as configurações da consciência para estabelecer referencia e padrões de realidade. Isso faz dela uma função do pensamento, algo que não corresponde a qualquer coisa objetivamente existente.A verdade, em resumo, é apenas um mito...

domingo, 12 de abril de 2009

BLACK NIGHT


É preciso apostar
No futuro,
Mesmo quando
Não acreditamos nele,
Quando tudo
Que o tempo oferece
É o silêncio de nós mesmos.

É preciso acreditar
No acaso
Pelos labirintos da vida
Até os limites do onírico
em brilho discreto de lua...

CRÔNICA RELÂMPAGO XLIX


Há estranhas ocasiões em que penso no quanto seria decisivo, talvez, poder mudar o passado, trasmutar o presente em reinvenções de expectativas de futuros. Mas nenhum desejo poderia ser mais fútil e inútil no ato de ser precariamente em uma biografia.
Todo viver é, o tempo todo, esboço e pluralidade de possibilidades em qualquer determinado cenário de circunstâncias. O Hoje é o grande campo de batalha da vida perante um potencial amanhã que nunca morre como possibilidade.
Como esboços de sobrevivências a nós mesmos, construímos os futuros possíveis em readaptações e reinvenções do que provisoriamente somos na aventura de cada momento...