No ultimo 20 de março, uma sexta feira, tive o privilegio de quebrar radicalmente a rotina e vivenciar uma apresentação da banda britânica de rock alternativo Radiohead no espaço da Praça da Apoteose no Rio de Janeiro.
Como fã incondicional da banda, devo dizer antes de tudo que não se trata apenas neste caso de participar como platéia de um espetáculo de rock and roll. Um show do Radiohead é, com certeza, mais do que isso quando se é intimo de sua singular musicalidade. Trata-se de uma experiência anímica, um momento de deslumbramento ou iluminação profana de múltiplas faces e conteúdos.
No cenário da musica popular contemporânea o Radiohead ocupa um lugar impar. Nenhuma banda possui uma sonoridade tão complexa e um universo de letras tão denso.
Parte da turnê do ultimo álbum
In Rainbows, de 2007, lançado inicialmente exclusivamente na internet de modo muito original, embora não seja seu melhor álbum, o que significa apenas dizer que não supera o ontológico OK Computer, é certamente o mais complexo em simbologias e alegorias. O titulo remete ao fluir do humor da banda, as suas várias faces e fases, articuladas como as sete cores do arco-iris. O jogo de luzes que define a linguagem visual do show procura comunicar justamente isso.
Bom, não pretendo aqui definitivamente uma crônica ou impressão pessoal da ocasião da apresentação da banda in Rio, mas relembrá-la, eternizá-la em palavras que, no fundo, não significam nada comparadas a experiência de escutar ao vivo clássicos como No surprises, Paranoid Android, Karma Police e experiências mágicas como The National Anthem e avadir-se do cotidiano através da magia da musica...
Caso tivesse que escolher uma banda de rock que traduzisse em musica nosso sentimento contemporâneo de mundo, de deslocamentos e incertezas identidários, ela seria sem nenhuma duvida o Radiohead de
Thom Yorke (
vocais,
guitarra,
piano),
Jonny Greenwood (
guitarra),
Ed O'Brien (
guitarra),
Colin Greenwood (
baixo,
sintetizador) e
Phil Selway (
bateria,
percussão).