segunda-feira, 16 de junho de 2014

ENQUANTO AS ROTINAS SEGUEM

Enquanto as rotinas seguem,
Vivemos o tempo pequeno
De nossos atos aleatoriamente
Espalhados no cenário do mundo.
Tudo que fazemos é quase invisível
E sem consequências,
Um esboço de nada cuja importância
Superestimamos.
Mas precisamos continuar
Seguindo em frente
Ignorando duvidas e reflexões.
Precisamos sobreviver,

quarta-feira, 11 de junho de 2014

RESIGUINAÇÃO

Um dia talvez eu me renda
As intenções do tempo
E me desfaça satisfeito
Entre rotinas.


Um dia, talvez, eu me perca
Definitivamente
De mim mesmo
Liberto de toda inquietude.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

FILOSOFIA E GRAMÁTICA

Há muitos silêncios tumultuando o sentido gramatical de cada frase. Atrapalhamos a gramática tentando codificar no dito o simples absurdo da condição humana. Toda filosofia não vai além do dilema entre as regras gramaticais e a exigência irracional das imagens do pensar sem palavras da imaginação selvagem que nos corroe por dentro.....

quinta-feira, 29 de maio de 2014

IMEDIATISMO

Farto de esperar pelo amanhã
Redescobri o passado,
Reinventei meus vazios e ausências,
Apaguei definitivamente o futuro
De minhas expectativas.
Cultivarei apenas aquilo
Que realmente importava
No mais profundo
Do imediato e do agora.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

A FELICIDADE

Impossível dizer o que  define a felicidade.
Apesar de seus lugares comuns de bem estar em sociedade:
Dinheiro, sucesso e conveniências amorosas...
Cada um carrega dentro de si peculiares fantasias
de ser feliz.


De modo geral,
a felicidade é apenas um estado de espírito
do qual descartamos o impossível e o utópico
de uma panacéia de constante boas noticias.

Onde tudo dá certo não existe felicidade.
Apenas a estagnação e o tédio.


Felicidade é apenas conquistar o que se pretende.
Depois seguir em frente
em busca de qualquer outra coisa.

sábado, 24 de maio de 2014

O DESAFIO DE UMA NOVA INDIVIDUALIDADE

"O que entende a mosca da vidraça contra a qual ela se lança até não mais poder? Nada na natureza oferece um obstáculo semelhante a seu instinto
natural: um obstáculo transparente. Nós também não sabemos do vazio transparente que nos separa dos outros mais do que sabe a mosca do intransponível obstáculo daquela
superfície de vidro.."


JEAN BALDRILLARDO in COOL MEMORIES IV- CRÔNICAS 1996-2000
A individualidade tornou-se uma condição virtual desde o momento em que começamos a percebe-la como uma meta inútil.

Tudo que nos é possível é o descontínuo e aleatório da autênticidade, o ato de romper com o cotidiano e os fatos
através do acumulo cego de momentos de fugaz e intensa descontinuidade das coisas.
A descontinuidade supera tanto o indivíduo quanto o social ao revelar as distâncias entre o EU e o Nós.

Jamais estaremos em casa em nosso próprio pensamento ou cultura.
Jamais estaremos em harmonia com os outros e o mundo.
Só nos resta assumir definitivamente a condição de nômades da embriaguez.

AS IMAGINAÇÕES DO PASSADO E A DESCONSTRUÇÃO DO FUTURO

As imagens de um passado que não vivemos são como o testemunho de um sonho distante.
Falam da pálida vida dos tempos coletivamente vividos do qual de nenhuma maneira já não nos sentimos parte.
A morte do passado agora confunde-se com a decadência da memória como forma de codificação do mundo vivido.


A narrativa historiográfica encontra sua contemporâneidade na capacidade de despertar nossas imaginações
para o inteiramente outro de lugares e pessoas no tempo com os quais já não buscamos qualquer identidade.


Desdenhamos o passado na medida em que nos libertamos das autoritárias utopias e projetos de um futuro que, agora sabemos,
jamais chegará.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

SINGELA OBSERVAÇÃO SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO

Cada indivíduo possui uma espécie de comportamento padrão.  Normalmente, por exemplo, tendemos a cometer os mesmos erros a vida toda motivados por uma irracional convicção de que da próxima vez será diferente...

As justificativas e explicações de uma pessoa para seu próprio comportamento nunca devem ser levados em consideração. Pois sempre acreditamos que estamos certos. Principalmente quando estamos errados.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A MELANCOLIA DE UMA TARDE MORNA

Sofro o tédio e a melancolia de uma tarde morna
Onde o tempo parece estático
E as vontades desmaiam em preguiça.

Nada acontece e a vida segue vazia
Em suas despropositais rotinas
Enquanto um acaso de sonho
Espera o futuro na esquina.

Mas nada acontece...
Tudo é tédio e pouca poesia.

domingo, 18 de maio de 2014

ELOGIO AO CAOS

Peridiocidade e irregularidade definem a ordem do caos,
o bater contínuo de um coração humano,
cuja vida confunde-se com nossa existência.

A realidade é feita da inércia das percepções.
Precisamos reaprender a pensar,
saber o aleatório e o caos
como uma estranha condição
da percepção das coisas.