sábado, 28 de agosto de 2010

BLACK TIME


Rasgado o tempo
Dos meus atos
Recordo os restos
Perdidos
De antigos sentimentos...
Deixo-me inerte e vazio
Em quebrados pensamentos
Que já não me sustentam
No nada da realidade
Onde a vida agora
 Quase não vive...

BAD LIFE



Tenho rabiscado a vida
A margem do ordinário
De existir,
Tenho Buscado o ponto
De encontro
Entre o absurdo
E o impulso
De ser no mais profundo
Abismo
Das vertigens do meu querer.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

CINEMA MUDO E EVASÃO PÓS MODERNA

A profunda teatralidade do cinema mudo, seu artificialismo radical definido pelo primado absoluto da imagem, ainda hoje é capaz de encantar,tocar sensibilidades, apesar do ultra realismo ao qual a estética cinematográfica contemporânea nos educou.
Quando nos deparamos com um filme mudo somos transportados ao presente de um virtual passado que se transforma em projeção onírica de nossas melhores apostas no luidico acontecer da mera e simples exisência...   

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Beatles at the Top Ten Club Hamburg 1961 (pictures)

The Beatles In Germany 1960-1962 (The Early Years)

THE BEATLES 50 ANOS



Todo marco temporal é arbitrário e condicionado a glorificação social de um mito... Apesar disso, cabe positivamente lembrar que, neste dia 17 de agosto de 2010, celebra-se, por força de mera convenção arbitrária, o primeiro passo da carreira dos Beatles.
Nesta mesma e presente  data, até antes do show daquela noite memorável de 17 de agosto de 1960, o grupo era conhecido por Silver Beatles, e ainda era composto por cinco membros,  que de sua consagrada formação excluía apenas o baterista Ringo Star e se apresentava  no palco do Indra Club com  Stuart Sutcliffe (baixo) e Pete Best (bateria). 
Em poucas palavras, a 50 anos atrás os Beatles começavam sua aventura existencial e musical... E há ainda muito a dizer sobre isso neste conturbado  início de novo século...   

domingo, 15 de agosto de 2010

The Rolling Stones - You Can't Always Get What You Want (Live 1969)(The ...

ON THE ROAD by JACK KEROUAC


Originalmente lançado nos USA em 1957, ON THE ROAD by  Jack Kerouac , converteu-se em algo mais do que uma bem sucedida peça literária, tornou-se um ícone de toda uma época histórica e refêrencia para toda uma geração. Não por acaso o livro ganhou a alcunha de bíblia beat,  ultrapassando seu próprio autor surpreendentemente conservador em um catolicismo louco e fixação na imagem materna...
A obra fundamenta-se na narrativa de viagem de dois amigos, Sal Padadise e Dean Moriaty pelo território norte americano. As descrições do cenário underground norte americano dos anos 50 ganha a forma de um verdadeiro stream of conciousness ( fluxo de consciência) que lembra vivamente a escrita automática dos surrealistas, implodindo a formalidade da gramatical e lingüística em uma verdadeira aventura da consciência através do imediato das sensações e codificação do mundo.Não foi por acaso que ON THE ROAD influenciou grandes letristas e artistas  do rock  como Bob Dylan e Jim Morrinson.
 A narrativa de Kerouac é profunda e absurdamente sensorial e imagética. Nela tudo é puro movimento em uma infinita estrada aberta em absoluta liberdade e vigoroso exercício de imaginação.
Eis aqui um livro que, longe  de qualquer nostalgia, nos conduz e inspira ao saudável exercício de perder-se no grande labirinto- mundo com uma mochila nas costas e um carro que cruza a vertiginosa aventura humana de descobrir-se no mínimo possível de todas as coisas. Tal fantasia, definitivamente, nunca sai de moda...          

ON THE ROAD



Abri, sem querer,
Uma Estrada
Que através das pessoas
Conduz a imaginação
Ao infinito da superfície
 De todos os lugares e direções
Possíveis...
Torno-me livre
De mim mesmo
Ao percorre-la
Sofrendo o vento
No espaço e tempo
Das coisas
Nas quais aos poucos
Simplesmente
Me desfaço...

sábado, 14 de agosto de 2010

YOU CAN'T ALWAYS GET WHAT YOU WANT

Originalmente lançada em 1969 no álbum Let it Bleed dos  Rolling Stones, You Can’t Always Get What you Want é uma das mais belas e populares canções concebidas pela dupla Jegger/ Richard.
Em seu contexto primário podemos interpretá-la como uma melancólica alegoria do crepúsculo dos idílicos anos 60. Mas seu poético refrão, entretanto, nos remete a um contexto mais amplo de intimista devaneio frente aos nossos mais íntimos  impasses com o mundo e com o destino, lugar comum da  construção de qualquer biografia:
“You can’t always get what you want,
You can’t always get what you want, 
You can’t always get what you want,
But If you try somertimes, yeah,
You Just might find”
Citado no episódio piloto da série House em uma deliciosa referência ao “filósofo Jegger”, estes belos versos traduzem de um modo geral nossa própria condição de indivíduos, enterrados em nossa mínima moralia, e contrapostos a uma realidade socialmente estabelecida que não raramente contraria nossas mais generosas apostas na realidade.