segunda-feira, 13 de julho de 2009

TIME IN LIFE....

O tempo acumulado em meus atos não define todos os momentos e anos sonhados de potenciais futuros. Pois tantas são as memórias que elucidam meus percorridos caminhos e destinos, meus passados empilhados no não lugar dos significados vividos ,que sou incapaz de vestir qualquer definição de mim mesmo para dizer minha vida e pessoal apreensão de temporalidade.

" OS ALFINETES DE SLATER NÃO TEM PONTAS" by Virginia Woolf


O pó de um pensamento
Espalhou-se no vento
E levou por toda paisagem
Meu sonho.

Encantou a vida
Em movimento
Escurecendo as certezas
De frias rotinas de ausências
Onde contrariado
Me confronto comigo mesmo
E com os fatos
Em divagações noturnas
Em segredo de lua ...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

BIOGRAFIA E REPRESENTAÇÃO DE MUNDO


Durante muitos anos cultivei o gosto pela leitura de ensaios biográficos. A narração da vida em uma narrativa linear e plena de sentido, representava para mim um confortante exercício de pensamento que sugeria a possibilidade de organização racional do caótico devir da existência humana.
Atualmente, entretanto, a narrativa biográfica, com suas periodizações, compassos etários e reflexões existencialistas, parece-me um empreendimento azas duvidoso.
Falando especificamente sobre seus usuais marcos de existência, ou seja, sobre aqueles decisivos acontecimentos que nos lançam a novos rumos e parecem realizar destinos, já não consigo levá-los muito a sério no transcurso de momentos da construção da individualidade e de uma história vivida.
Afinal, transformações e mudanças são processos permanentes e constantes. A idéia de ruptura não passa de uma ilusão cognitiva de pequeno poder explicativo, mesmo quando nos referimos a acontecimentos determinantes, como uma mudança de endereço/cidade/país, de emprego ou simplesmente um divórcio.
Em que pese seu impacto direto sobre o cotidiano, tal categoria de fatos não se diferencia significativamente de qualquer outra modalidade de ocorrências no interior do fluxo de experiências e mudanças ontológicas que compreendem todo o ocorrer temporal do existir humano.
A idéia de um salto qualitativo aplica-se aqui apenas como uma opção arbitrária, já que os fatos não se encadeiam entre si de modo linear e evolutivo. Nós é que os entendemos ou percebemos de tal maneira.
Acredito que, de modo geral, as representações contemporâneas da experiência biográfica nos conduzem hoje a uma espécie de desorganização das convencionais leituras da existência como realização concreta de um inefável “destino” ou propósito.
O acontecer de nossas vidas já não é tão obvio elegível na medida em que libertou-se do peso das convenções e seus scripts de existência centrados na reprodução cultural da família como principio de vida ou na adequação a personas vinculadas a profissões, ideologias ou religiões...
Afetam o indivíduo contemporâneo à cada vez mais evidente dilatação do tempo presente, a opacidade do passado e de suas representações, bem como os deslocamentos de identidades, sejam étnicas, nacionais, etc. definidas pelo advento da modernidade.
É, aliais, a justaposição de identidades e significados diversos na auto consciência de um mesmo indivíduo no freqüentar de espaços e tempos plurais de existência o fator decisivo para o desgaste da fórmula biográfica.
Se uma biografia, no sentido clássico, é feita de significados e não propriamente fatos, que nos lançam a mitologia pessoal de um determinado indivíduo, hoje em dia já não temos biografias...

GOLD IN THE WOLD....


Procuro o ouro do mundo
Em cada momento
De melancólico suspiro
De tarde cinza no rosto
De um jardim.

Nada é mais profundo
Que o acontecer de flores
E folhagens
Indiferentes a paisagem
Que alem delas
Se faz movimento
E caótico acontecimento.

Tudo que procuro
É a paz perfeita
De um jardim inglês,
Absolutamente sereno,
Colhendo uma tarde
De chuva e pensamento
em teu rosto...

terça-feira, 7 de julho de 2009

ACROSS THE UNIVERSE


ACROSS THE UNIVERSE, musical lançado em 2007 e dirigido por Julie Taymor, é uma mágica aventura pelo universo sonoro inventado pelos Beatles e uma releitura interessante dos conturbados fins dos anos 60 do último século.
Seu roteiro é demasiadamente simples: Jude, um jovem estivador do porto de Liverpool, viaja aos USA em busca do pai que jamais conheceu e acaba se envolvendo com Lucy, uma jovem universitária de classe media. O pano de fundo dos altos e baixos do romance que acontece entre os dois é a cultura, ou contra cultura, juvenil da época, bem personificada pelos dilemas pessoais e coletivos, apostas, sonhos,decepções e dores, experimentados pelo casal e seus amigos.
Creio, entretanto, que apesar deste recorte cronológico e cultural aparentemente datado, a linguagem musical e psicodélica do filme nos é, de algum modo, profundamente contemporânea.
Afinal, cada momento/canção deste filme atípico a emoção e linguagem da musica tece uma narrativa anímica que nos envolve e surpreendentemente transforma musica em vida...
Em outras e poucas palavras, ACROSS THE UNIVERSE faz da música um modo de sentir e viver o mundo através de lirismos e reflexões sugeridas por uma história contada através da musical magia dos Beatles.
De algum modo, esta história participa de nosso tempo presente...

NOTA SOBRE A VELHICE


Tantas são as memórias e rostos que elucidam meus percorridos caminhos, que sou incapaz de vestir qualquer definição de mim mesmo para dizer minha vida. Afinal, sou a soma de muitos eus perdidos, de desmarcados encontros com o destino.
Grande parte de mim perdeu-se em passados não vividos.Sou a viva conseqüência destas perdas e desencontros que em somatório de vazios conduziu-me ao azul do presente em que me transformei na contra-mão do tempo.
Depois de certa idade, os ganhos e vitórias pouco importam e nos dizem pouco sobre o essencial da existência.
É próprio da condição humana desejar futuros para esquecer os passados que atormentam o presente tentando provar juventudes transfiguradas nas canções do vento...

LUDICO, IMANÊNCIA E REPRESENTAÇÕES DA INFÂNCIA


O lúdico é uma modalidade de linguagem... um acontecer de fantasias, que nos afasta do dia a dia e do mundo em um exercício de sem rosto e intensidade de vida.
Quando brincamos e inventamos coisas sem utilidade e propósito, somos de algum modo apenas nós mesmos; não pensamos em nada que não seja o momento vazio de um riso que diga em segredo o mais pleno domínio da realidade.
Este é o mais profundo e significativo acontecimento possível da vida humana na ignorância de certezas, verdades, propósitos e compromissos que nos transcendem como indivíduos que brincam com o tempo, nos transformando em vazios membros de sociedades...

REAL LIFE

Deixo de lado
O exercício
De preencher cada hora
Com memórias de futuros
Escolhidos.

Procuro o presente
Em profundidade
Buscando a vida
No aqui e agora
Dos fatos
Sem a ilusão de vontades
Escritas pelo sabor dos dias
Em meus mais íntimos pensamentos.

Tudo que me importa agora
É o possível da realidade
Em mínimo rosto e persona

domingo, 5 de julho de 2009

NEWSLETERS


O efêmero desfila
Nas folhas soltas
Dos jornais diários
Afirmando a solidez
Do descartável,
Do relativo,
Ou de tudo aquilo
Que se desfaz.

O mundo segue em silêncio
No dizer informal das coisas
Afirmando o absoluto domínio
Do irracional sobre os dias.

Indiferente a tudo,
Mergulho em minhas imanências
...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

2+2=5 by Radiohead....

Uma de minhas canções preferidas do Radiohead é 2+2=5. Projeto nesta musica, na simplicidade de sua letra, meus desafios cotidianos mais profundos e incertezas de existência em sentimentto de mundo, ou aprendizado impossível de mim mesmo em desconstruções de Eus... Tudo que importa é ficar em casa para sempre... sem sofrer os coletivos cotidianos de perdas em dias de rotinas e mentiras de convencional realidade....

2+5=5 by Radiohead....

Are you such a dreamer

To put the world to rights

I'll stay home forever

Where two and two always makes a five

I'll lay down the tracks

Sandbag and hide

January has

April showers

And two and two always makes a five It's the devil's way now

There is no way out

You can scream and you can shout It is too late now

Because you're not there

Payin' attention

Payin' attention

Payin' attention

Payin' attention yeah

I feel it,

I needed attention

Payin' attention

Payin' attention

Payin' attention

Yeah

I need it,

I needed attention

I needed attention

I needed attention

I needed attention

Yeah

I love it, the attention

Payin' attention

Payin' attention

Payin' attention

Soon oh

I try to sing along

But the music's all wrong

Cos I'm not

Cos I'm not

I'll swallow up flies?

Back and hide

But I'm not

Oh hail to the thief

Oh hail to the thief

But I'm notBut I'm not

But I'm notBut I'm not

Don't question my authority or put me in the box

Cos I'm not

Cos I'm not

Oh go up to the king, and the sky is falling in

But it's notBut it's not

Maybe notMaybe not.