“Tudo se reduz ao diálogo, à contraposição enquanto centro. Tudo é
meio, o diálogo é o fim. Uma só voz nada termina, nada resolve. Duas vozes são
o mínimo de vida.” (Mikhail Bakhtin)
O outro é a medida da incerteza
de mim mesmo. É a imprecisão que circunscreve o falante e o ouvinte através dos
enunciados.
O outro é o próprio discurso que
se apresenta a partir de sua estrutura e
significações. É o que nos reduz a personas,
no ato do dialogo, em oposição e identidade com aquilo que é comunicado,
compartilhado, formatado pela linguagem. O sujeito é uma função da própria prática
discursiva que simultaneamente o faz um eu e um outro na alteridade discursiva,
na ação dialógica que pressupõe o próprio exercício da linguagem como pratica que nos define a
todos. Se o discurso é quem estabelece sentido a um dialogo, ele também define
o eu e o outro como um lugar dentro do dizer, como uma função inerente a construção do discurso. Somos inventados pelo e para o discurso, nos fazemos através dele aquilo que somos na presença um do outro, na incerteza daquele que fala como eu e também se percebe como um outro.
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