quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O LUGAR DO EU E DO OUTRO

“Tudo se reduz ao diálogo, à contraposição enquanto centro. Tudo é meio, o diálogo é o fim. Uma só voz nada termina, nada resolve. Duas vozes são o mínimo de vida.” (Mikhail Bakhtin)

O outro é a medida da incerteza de mim mesmo. É a imprecisão que circunscreve o falante e o ouvinte através dos enunciados.
O outro é o próprio discurso que se apresenta a partir de sua  estrutura e significações. É o que nos reduz a personas, no ato do dialogo, em oposição e identidade com aquilo que é comunicado, compartilhado, formatado pela linguagem. O sujeito é uma função da própria prática discursiva que simultaneamente o faz um eu e um outro na alteridade discursiva, na ação dialógica que pressupõe o próprio exercício  da linguagem como pratica que nos define a todos. Se o discurso é quem estabelece sentido a um dialogo, ele também define o eu e o outro como um lugar dentro do dizer, como uma função inerente a construção do discurso. Somos inventados pelo e para o discurso, nos fazemos através dele aquilo que somos na presença um do outro, na incerteza daquele que fala como eu e também se percebe como um outro.




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