terça-feira, 4 de agosto de 2020

O FILME MELANCOLIA DE LARS VON TRIER COMO ALEGORIA DO NOSSO IMEDIATO TEMPO PRESENTE

O aclamado filme Melancolia do diretor Lars von Trier, é  um lançamento de 2011, mas nunca nos pareceu tão  próximo de nossa experiência presente em rotinas pandemicas. 
Afinal, o filme afirma uma saída trágica,  a potência criadora da melancolia, diante de um cenário catastrófico,  no caso o desaparecimento da humanidade diante de um evento cósmico.
Na condição  trágica, o pensamento deixa de ser um dispositivo de poder  saber, uma forma de assujeitamento ao domínio logocentrico domesticador de um mundo dito possível e desejável apesar de todo caos que alimenta a manutenção  de uma ordem disfuncional, nos confrontando com o intempestivo e o inesperado do impossível.
Evocando Nietzsche, em sua dimensão  trágica, o pensar se reinventa em sua condição  extra moral contra as artimanhas do intelecto, na contramão  dos jogos de confissão  e dizer verdadeiro, na afirmação  de valores que definem o sedentarismo do campo social.
É  sobre isso que o filme em questão,  um drama filosófico e existencial, sobre a fragilidade de nossa condição  humana, revela -se de alguma maneira, intenso no dizer de nós mesmos.
O sentimento de desamparo, de fragilidade, nos transmita no inumano dentro de nós,  nos obriga a sentir e criar, a saber corporalmente a vida, no além de nossas abstratas e desmedidas estratégias épicas egoicas de mera sobrevivência possível é impostas pela consciência moderna de mundo.
Nosso saber melancolia, limites e fragilidades, nos desafiam através  do trágico devir de nós mesmos, a inventar outros mundos contra as grades do imediato do tempo presente na afirmação concreta e transgressora de nossa finitude.



 

Nenhum comentário: