quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O PÓS HUMANO COMO HORIZONTE

O humano, enquanto conceito, é uma construção relativamente recente e, pode-se dizer,  perene. Considerando as novas possibilidades de codificação de mundo que começam a se esboçar através dos novos artifícios proporcionados pelas tecnologias digitais, é razoável  especular sobre as metamorfoses da espécie através do estranhamento do seu próprio sentido e do aleatória de suas produções.
Como observa Baudrillard,

“O humano só se definiu a dois ou três séculos, e se definiu muito intelectualmente, em termos de razão. Desde então, a relação com o mundo passa através de um órgão extremamente sutil que é o cérebro. Em outras  culturas a relação com o mundo é a do corpo inteiro, considerado no ciclo das metamorfoses e em harmonia com o mundo. A Nossa inteligência, moderna, racional, faz de nós, desde o inicio seres técnicos, à imagem de nossas ferramentas e de nosso conhecimento. Ora, parece que nossas técnicas e nossas ciências vão hoje além da intelecção humana. Quem sabe se elas não nos fazem avançar para uma nova regra do jogo fundada na incerteza radical?”
Jean Baudrillard. O Paradoxista Indiferente. Entrevista com Philippe Petit/tradução: Ana Sachetti. RJ: Editora Pazulin, p. 119


Avançamos em direção a implosão do real enquanto premissa do conhecimento e, talvez, para um novo tipo de ser no mundo onde as regras ultrapassem o humano como referencia.

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