Na era da informação e das
tecnologias digitais, a poesia perdeu sua
aura e consequentemente um contingente significativo de leitores. De alguma
forma o signo venceu o símbolo, o sexo mecânico venceu o amor, o fútil derrotou
o encanto e todos tem algum pudor no trato com seus sentimentos.
Virou perda de tempo cultivar as
dores do mundo, escrever cartas ou se render
a melancolia de não saber da vida.
Ninguém mais tem tempo pra se
abandonar a si mesmo, duvidar tão profundamente do cotidiano até o ponto de
rasgar a própria realidade.
O imperfeito, o inacabado e o
transbordamento de si mesmo agora é só objeto de uma receita medica.
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