segunda-feira, 18 de junho de 2018

SOBRE INTERCESSORES E A CRIAÇÃO DA REALIDADE



Para Deleuze, a verdade não é algo pré existente. É algo que a falseia ideias pré concebidas. A potência do falso produz o verdadeiro. A verdade, enquanto uma construção social,  pressupõe a ação de intercessores,

“O essencial são os intercessores. A criação  são os intercessores. Sem eles não há obra. Podem ser pessoas- para um filosofo, artistas ou cientistas; para um cientista, filósofos ou artistas- mas também coisas, plantas, até animais, como em Castaneda. Fictícios ou reais, animados ou inanimados, é preciso fabricar seus próprios intercessores. É uma série. Se não formamos uma série, mesmo que completamente imaginária, estamos perdidos. Eu preciso de meus intercessores para me exprimir, e eles  jamais se exprimiriam sem mim: sempre se trabalha em vários, mesmo quando isso não se vê. E mais ainda quando é visível: Felix Guattari e eu somos intercessores um do outro.” (Guilles Deleuze. Conversações 1972-1990. RJ: Editora 34, 1992, p.156)

Os intercessores nos permitem dizer, exprimir, fabular, criar. São essenciais a prática discursiva e aos fluxos de pensamento. Jamais estamos sozinhos no fragrante delito de fabular, de criar o real. Não há verdade que não pressuponha um sistema simbólico e um esforço inventivo.

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