quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

ESCREVER...

Ainda que eu seja menor do que as palavras que diariamente inventam minha vida, sei que meu dizer é infinito. Jamais esgotarei as possibilidades do branco da folha. Mas sempre estarei  tentando, através de cada novo enunciado, dizer o indizível, o insustentável e insuportável, que dorme no fundo do discurso. Aquele significado quase ilegível que me escapa na aventura de cada verso ou linha. 

Quero do real atingir a nervura onde o vazio do ser da linguagem se confunde com a aventura do meu próprio corpo transfigurado em literatura.

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