segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

CONHECIMENTO E DIZER DO MUNDO

É a possibilidade de um dizer que não mais se reconhece em si mesmo, que não se define através da intencionalidade pragmática, mas que toma a possibilidade de qualquer discurso como um fluxo, uma busca desinteressada pelo conhecimento através do entrelaçamento de significados e sentidos, que se oferece como alternativa ao deserto cenário das letras contemporâneas.

Nos aventuramos com um pensar que se volta para o paradoxo e para o não sentido, recusando-se como disciplina e forma de institucionalização de qualquer poder. Podemos toma-lo como uma reação a ditadura da informação e do virtual como mimese de um mundo verdade que já não mais se sustenta como imagem do realmente vivido.

Mas se o dizer e o saber se libertam de uma estratégia de sentido, não mais inventam um objeto bem definido e nem mesmo são um discurso sobre o humano, mas sobre as coisas e experiências, sua legitimação encontra-se em sua vocação para construção de consensos em um mundo linguagem.

A diversidade de nossas estratégias discursivas, de nosso dizer da realidade, estabelecem um campo de experiências simbólicas onde se desenham tensões e contrastes, onde o saber apresenta-se como um jogo. Nosso desafio, em poucas palavras, é a invenção de narrativas que extrapolem o conhecimento como norma, como expressão de poder e da ilusão de um mundo verdade.


O saber é lúdico exercício de invenção de significados que nos inscrevem em uma ordem simbólica, em um campo discursivo onde é possível o conhecimento como estética de vida.

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